11-07-2023 - 08h:15

José Altino Machado*

Certo, errado e dever

Pois é caro Lula, está vendo que “merda danada” acontece no país de seu influencer e amigo Macron? Cidades pegam fogo, carros lançados de prédios, depredações e caras lojas destruídas; franceses estão botando para quebrar. Começo de tudo: intempestivas atitudes gerenciais do presidente que optou por tomar decisões como se rei o fosse.

Curiosa pergunta, ele está errado? Não, não está. Apenas levado pela acontecida imprudência ocasionada por razões valoradas ao exagero, direcionou necessárias metas contra a cultura, costumes e até mesmo estabelecidas tradições do povo que o elegeu para administrar a Nação.

E numa democracia devem ser obedecidos certos parâmetros e limites, ou seja, ser gestor daquilo que a sociedade promove e constrói, nunca exatamente daquilo que em grupos ou individualmente se sonha e deseja. Não cabe inventar e tampouco simplesmente ir contra costumes arraigados e vontades sem maiores esclarecimentos. 

Em princípio, lógico que reformulação deveria ser feita quanto a idade prevista e permitida à aposentadoria, estopim da desordem social de agora. Afinal, não só na França, mas em todo mundo, dado o avanço da ciência, a expectativa de vida humana tornou se bem maior. Também lógico que qualquer um que saiba fazer conta, (não pergunte sua ministra dos 100 milhões famélicos) percebe de imediato que Previdências Sociais estabelecidas, mesmo há poucos anos, não suportam realmente uma cacetada de “jovens idosos”. Ainda mais que ela sempre é mantida por aqueles outros que continuarão trabalhando. E estes na França, cada vez em número menor. Frances tem transado pouco, média abaixo de um filho por casal. Migrantes mulçumanos bons de cama, com média de procriação em torno de 3 ou 4, já estão se tornando maioria “en France”. Isso também em breves tempos dará merda, mas agora o assunto é outro...

Ao agir por certeza de acerto, esqueceu que a bem mais que secular nação não era dele, não buscando sequer fazer uma boa campanha esclarecedora ao povo da necessária e emergencial medida. Na marra partiu para o paú e com ele semeou discórdia e dissidência.

Que nem você...com emocionante, embora utópico, discurso amazônico, tenta impor a toda uma gente seus desejos, para onde eles trabalham, moram e vivem. Certo ou errado, casa deles. Pior ainda que o francesinho “bunitim”, você ainda os agride para despejá-los. Logo você, parida cria contrária a ditaduras. De boca, eu sei, só de boca...

Mais você, aliás só dá você. Não achando o magistrado senador, em seu irresponsável açodamento, f¨deu seu colega presidente da Venezuela. Inconsequente e precipitado e querendo mais aparecer, forçou a barra não só em trazê-lo escondido, mas sem aviso prévio, à presença de outros aos quais não inqueriu sobre a conveniência da ilustre ou desilustre visita. O presidente de um país como o dele não merecia realmente o constrangimento causado, mas você tanto se sentindo como rei da cocada preta acreditou mesmo que não devia satisfações a ninguém e batendo pezinho fez o que fez.

Tal como o infeliz governante francês, não promoveu nenhuma preparação ou apresentações de razões para executar o pretendido. E você também como o bunitinho estava certo. Venezuelanos são vizinhos de parede “conosoutros”. Bem interagimos em campos de trabalhos há século. Monumento central da capital de Roraima, é uma homenagem a essa interação.

Você devia sim ter exposto em respeitosa campanha esclarecedora a real situação daqueles governantes de hora, naquele país. Deveria mostrar a opinião pública nacional, que a questão deles não é política e sequer de esquerda, aliás nem cultura para socialista ou comunista eles tem. O problema venezuelano é de etnia. Ocupantes originários (ditos indígenas) antagônicos a outros descendentes de conquistadores eurasianos que jamais adotaram como nós, à miscigenação para manutenção de boa união. Bem por isso os originários são mais de 74% da população daquele país.

Entretanto, arrogantes e branquelos mantiveram por séculos o controle a mão de ferro de toda a economia e forças armadas do país. De índio, só até coronel, daí a frente nem pensar.  Só eles frequentavam aos “gringos” e bem recebidos eram ao disponibilizar as riquezas que seriam de todos da nação deles. Você talvez não se recorde, mas a época então assistimos, a que navios brasileiros em busca de óleos refinados, parados estavam, no porto Maracaibo porque o cheque bancário levado não tinha garantia de solvência. Como disse, em nós também por eles discriminados, não acreditavam.

E foi isso aí, um dia a casa caiu, um Coronel doidão os derrubou, sendo sabedor que com discurso em língua de maioria, com eleições limpas, jamais viriam a perdê-las. O que é uma realidade de fácil verificação; e la Lula, não se precisa da promessa de picanha e cerveja, só cor da pele.

E na cor da pele, tal África, se promoveu por desejos e companheiradas, elementos sem instrução ou saber técnico até mesmo a comando das armas. Um riquíssimo e avançado país quedou se em domínio de desinstruídos para tal. Vai levar tempo, mas com certeza, aprendendo com erros e insucessos haverão de chegar a contento.

E Lula, problema maior àquela sociedade, é que copiando a você e ao francês, mesmo em diferentes regimes, os poderosos de hoje naquele país, acreditam que além da hora, até o próprio país seja deles, por isso exageros tão prejudiciais ao povo. E como ninguém toma nada de capitalistas, principalmente americanos impunimente, com o cerco imposto, não só a economia como ao comercio exterior, mudanças benéficas e renovação tecnológica foram para o saco. Autêntico castigo, tornando tudo difícil a uma sociedade na qual muitos não acessaram educação e instrução adequada ao país.

O presidente deles com cara e postura de mau, não é bom diplomata nem doce como Michelle ou Janja, não consegue vender bem razoes e interesses venezuelanos e nem próprios, você deveria saber disso, mas seu antecessor, intolerante, também não percebeu isso, o jeito é desculpar você e ajudar dar jeito. Quem sabe nos aproximando e mais convivendo social e comercialmente eles não se tornam meio como nós. É possível...

No mais consiga antes de continuar a impor agressivas ações contra nossa própria gente na Amazonia, que por lá são ditos ilegais e por cá meio a seus eleitores, informais, ajudar mais a educação e informação de nossa sociedade. Em uma Nação políticos, presidentes ou ditadores passam e com eles muitas vezas se perde até a história, mas desejos, vocações, comportamento, tradições e culturas do povo, estes sempre permanecem...

Você tem nos administrado mais com emoções e desinformações (mentirosas mesmo), que com objetivas metas exaradas da realidade nacional. Acho que o sentimento de liberdade e poder pós prolongado cárcere, tem lhe permitido exageros bastante prejudiciais...uma pena.

Em seus deveres, não erre buscando desvairadamente o que acredita certo.

Macapá, 09/07/23

José Altino Machado

PS: O povo fica maluco, quando governado com loucuras...