
Créditos: Divulgação
11-08-2025 às 16h00
Anna Marchesini*
A política atual é marcada por uma série de desafios e complexidades que exigem uma compreensão profunda do capital cultural e das ideologias modernas. Neste artigo, exploraremos como o conceito de capital cultural pode ser aplicado à política contemporânea e como a história dos três monges e o diabo nos ensina sobre a importância da humildade e da percepção crítica diante das ideologias.
O capital cultural é um conceito desenvolvido pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu para descrever o conjunto de conhecimentos, habilidades, valores e práticas culturais que uma pessoa ou grupo possui. Trata-se de uma forma de capital que pode ser utilizada para obter vantagens sociais, econômicas e políticas. No contexto atual, ele pode ser visto como uma ferramenta fundamental para compreender como as pessoas se posicionam e se relacionam com as ideologias e políticas.
A história dos três monges e o diabo é uma parábola que ilustra a relevância da percepção crítica e da humildade diante das ideologias e crenças. Nela, três monges são tentados pelo diabo, que se disfarça de diferentes maneiras para testá-los. Cada um reage de forma distinta, de acordo com sua percepção e interpretação da situação. Essa narrativa pode ser aplicada à política contemporânea, onde ideologias e crenças podem funcionar como “disfarces” do diabo, induzindo as pessoas a adotar certas posturas ou comportamentos sem questionamento.
A oração do terceiro monge é um exemplo de humildade e de reconhecimento da própria fragilidade. Ele não julga o diabo, mas reconhece sua vulnerabilidade e pede ajuda para resistir à tentação. Essa postura serve como modelo para lidar com ideologias e crenças na política atual, pois demonstra que humildade e percepção crítica são fundamentais para evitar ser enganado por aparências.
Reconhecer a própria vulnerabilidade e buscar orientação nos permite tomar decisões mais informadas e reduzir o risco de ser seduzido por “disfarces” ideológicos. Assim, o capital cultural torna-se uma ferramenta estratégica para compreender melhor o cenário político e social, favorecendo relações mais conscientes e justas. Ao aplicar essas lições, podemos avançar na construção de uma sociedade mais equitativa e crítica.
(*) Anna Marchesini é professora e presidente do Instituto Elo de Ação Solidária