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27-10-2025 às 17h00
Alberto Sena*
Se o professor Marcos Darcy Ribeiro da Silveira, internacionalmente conhecido por Darcy Ribeiro, o brasileiro mais importante da nossa história recente, se ele estivesse vivo, teria comemorado os seus 103 anos de idade nesta semana, no meio e nós.
Darcy nasceu em Montes Claros, no Norte de Minas, em 1922, na mesma época em que acontecia em São Paulo (SP) a Semana da Arte Moderna, quando a Educação pública ganhou destaque, e, possivelmente, o mestre tenha recebido os bafejos da fertilidade da época, ao nascer.
Poderia ficar um bom tempo a falar de Darcy Ribeiro que conheci e com ele trabalhei durante os seis meses em que passou em Belo Horizonte, convidado pelo jornalista Tito Guimarães Filho (Foto) para instalar em Minas Gerais uma fábrica de escolas, no governo de Newton Cardoso.
Darcy largou tudo que vinha fazendo no Rio de Janeiro e veio para Belo Horizonte. Estava animado e sentia, como dizia, nas pontas dos dedos ao abrir os braços a realização do sonho de alfabetizar os brasileiros por meio da escola de tempo integral que o candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva promete adotar.
Mas Darcy não conseguiu concretizar o seu sonho porque os detentores do ferro e do aço acharam ser uma ousadia dele querer fabricar escolas que não demandava ferro nem aço. Tanto pressionaram o governador que Darcy achou melhor voltar para o Rio de Janeiro.
Mas o importante é que estamos hoje aqui para celebrar Darcy. Ele mesmo dizia ser várias pessoas numa só. E era mesmo. Havia nele o professor, o indigenista, o antropólogo, o escritor, o político, o senador da República, o vice-governador.
Neste texto quero homenagear cada um dos Darci’s e principalmente o criador de universidades aqui – UnB – e na América Latina; homenagear o educador e o escritor autor de livros maravilhosos como o Mulo, Mayra, O Povo Brasileiro dentre muitos outros.
Quando ele dizia que temia não ser lembrado depois da morte, Darcy é lembrado agora e sempre será porque ele legou à Humanidade uma obra de maior valia.
Viva Darcy! Agora e sempre!
*Alberto Sena é Jornalista

