Nosso País hoje produtor gigante, sustento de quase bilhão e meio de pessoas mundo afora, indústrias de pontas espetaculares, embora não consiga produzir um submarino nuclear
Gênios dos meios publicitários, principalmente norte-americanos, adoram trabalhar o termo “brain storm” quando discutem entre si a melhor comunicação a ser levada a público em divulgações e propagandas.
Este armazém de trabalho, se assim puder ser chamado, significa tormenta cerebral, justamente quando a agilidade do cérebro de forma dispersiva os faz encontrar os melhores caminhos às necessárias atenções e soluções dos propósitos.
E era bem isso que minha fértil imaginação pensava estar ocorrendo no Brasil moderno a ajustar-se.
É nada…
Tempo perdido em estar observando e relevando comportamentos administrativos, a própria política e de todos em comandos. Podendo incluir nestes momentos, aspirantes em campanha. A conclusão única foi o registro que a bagunça sem dúvida tomou conta do pedaço.
Nosso País hoje produtor gigante, sustento de quase bilhão e meio de pessoas mundo afora, indústrias de pontas espetaculares, embora não consiga produzir um submarino nuclear, tem transformado sua política e gestão, em piada de mau gosto e até de escarnio internacional.
Difícil mesmo saber o que aconteceu para que tanto desrespeito fosse levado a frente dessa maneira. Não sei bem se tudo já era assim mesmo, ou se apenas nós não sabíamos. Talvez eu não seja o único a atribuir a um ex-presidente, que adorava títulos honoris-cause em seu currículo, a promoção de toda real desmoralização da estrutura da política brasileira, ao “comprar” todo um Congresso Nacional para sua própria reeleição.
O sistema se degringolou…Tudo saiu do lugar. Hoje, foragida, não se sabe onde a honra se homiziou.
Ninguém mais sabe quem manda ou mesmo a quem obedecer. Numa manhã da semana, manchete da Folha de São Paulo informava que Dino (isto mesmo o Dino) mandava governo Lula convocar mais bombeiros para combater as queimadas.
Seria caso de reflexão de velhos juristas… Ao que se tem por certo, em meu leigo entendimento, juiz só fala nos autos e se provocado. A não ser que esteja colocando em dúvida a capacidade administrativa do presidente.
Melhor então, com menos confusão, que procurassem também a ciência do simples homem do campo, já que nossos cientistas se prestam a endossar besteiras ambientais. Pois me lembro que menino ainda na fazenda, no calorão do mato, amarrava sabugo seco de milho em um barbante o fazendo girar rápido no ar, logo ele pegava fogo. Assim como, assistíamos estourar os bagos da vegetação oleaginosa que provocando chamas saltavam por centena de metros. Dino, poderia então, mandar esfriar o sol e acalmar o vento.
Tenho certeza de que isto não consta do curso de Direito nem no inexistente curso a ministro de Supremo, que dirá em qualquer outro voltado a política.
Perdemos mesmo o foco aos interesses nacionais. Hoje, pelo externado de brincadeiras eleitorais nas urnas, dando vez a representantes legisladores e porque não presidentes e palpiteiros, podemos notar claramente que todos os limites têm sido ultrapassados.
Nosso País, não é mais meta de cuida ou interesse de quase ninguém, salvo minoria pouco significativa; estando se dividindo em dum ou d’outro. Como se alguém pudesse se arvorar de guru, líder geral ou pai de Santo em cadeiras de comandos.
Mais interessante é não existir mais medidas de contenção às aspirações públicas. A boa autoavaliação e sincera reflexão fugiram para o mato e a pouca vergonha se instalou de vez. Hoje qualquer um pode se apresentar e tentar ser o que quiser, uma vez que há dispensa generalizada de cultura e predicados pessoais. Tudo serve, até aqueles que cantam o hino pátrio com total ilegalidade e vocabulário que sequer existe na língua oficial. Inclusive, reconhecido como responsável pela união territorial bem herdada de nossos antepassados. Osório Duque Estrada, não ressuscitou no São João, mas junto a ele, enterraram o canto símbolo da Nação.
Bem recordamos, que em tempos passados, o atual Presidente candidatou-se a governador de São Paulo. A votação não foi lá grandes coisas, perdendo inclusive em áreas de supostos domínios de sua “cacicagem” sindical.
A grande emissora do País, que se diz a maior, logo foi às ruas à caça de eleitores malvados que lhe negaram o voto. Praticamente uma resposta comum:
– Péra aí, ele serve pra tudo, mas dirigir São Paulo não. É muita areia para ele carregar.
Sempre digo, sacanagem de paulistas. Quer dizer, para eles não, mas para o Brasil serve. Vindo ainda em dose dupla ou tripla, trazendo a tiracolo, muitos outros mais e uma desconectada da realidade, para controle geral até do meio ambiente nacional.
E a moda deles é contagiosa.
O Brasil tem parido notáveis senadores, deputados, representantes outros, tais como Ministros, que tem se notabilizado por totais desconhecimentos dos afazeres delegados.
A coisa está tão desmoralizada hoje, que possíveis candidatos competentes e sérios se afastam e não querem nem saber… Que que isso?
No mais uma vez, da candidatura de São Paulo, assisti a um debate que mais parecia discussão em casa de meretrício. Um homem sempre visto como honrado comunicador partiu para cima do outro com a nítida impressão que ia lhe dar umas porradas. Não chegou a fazê-lo, o gás da valentia acabou-se antes do primeiro bofete.
Propostas, perguntados, ninguém com segurança as tem a responder. Nada, nada nada.
A menor acusação assistida naquele palco, picadeiro central, foi a comparação feita por um histriônico provocador candidato, de outro candidato ser concorrente da Arno, Electrolux, Walita etc. etc. por ser um formidável aspirador de pó. E do branco, sem nenhuma sujeira a não ser a moral para o exercício do cargo pretendido.
E como assinante do também dito maior jornal brasileiro, de lá mesmo, verifica-se pelas pesquisas publicadas que o paulistano não quer nem saber das efetivas qualidades administrativas dos postulantes. Mostram simpatias a quem mais aparece frente às câmeras.
Além da moda, o comportamento é contagiante. Nunca questionam, como os contaminados brasileiros a duzentos milhões ao Brasil, o que será daquela exuberante capital com onze milhões e meio de habitantes sendo administrada por pessoas que buscam aberturas políticas com este nível de procedimento.
E pega, pega sim, gentes famosas, apenas por sê-lo se creditam mesmo e se tornam postulantes presidenciáveis.
Nenhuma preocupação em administrar uma Nação enormemente desconhecida a eles. Acabamos nos transformando numa sociedade onde prevalece o acinte, a agressão e por que não a palhaçada.
Para política social temos levado até o melhor dos prazeres humanos, o sexo, que tem deixado de ser algo da intimidade de cada um tornando-se merchandising em horários nobres de meios de comunicação.
Notem onde podem chegar os poderes cedidos de seus votos dados graciosamente. Na muito televisionada área da Justiça, para onde escolhidos em urnas mandarão sempre homens em níveis lhes parecidos, muito se tem jogado não só para a torcida interna, como também dispensando a sagrada imparcialidade da própria. Direito e leis que são bons, bobagem, ficam à disposição das vontades de quem pode, mesmo não devendo mandar.
O melhor dos conselhos do momento, seriam sabatinas pré-eleitorais, exames psicotécnicos e agora por expressos tempos modernos, toxicológicos.
Hoje, em nossa Nação não há espaço ao exercício de “brain’s storms”, no máximo “brain’s diarrhoea’s” (diarréias).
Belo Horizonte/Macapá
*José Altino Machado é jornalista