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Barão de Grão Mogol, o sobrado dele e a trilha de pedras da fazenda Cafezal

Barão de Grão Mogol, o sobrado dele e a trilha de pedras da fazenda Cafezal

Ele teria construído o sobrado da foto, que era ocupado quando ia da roça para a cidade. E que roça! O sobrado seria atração se alguém cuidasse de transformá-lo em um museu do barão.

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Direto da Redação

11-01-2023

11h:20

Dentre as cidades históricas de Minas Gerais, é possível que Grão Mogol, no limiar entre o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha, seja a mais histórica de todas. Cerca de 10 quilômetros antes da sede do município há um ponto histórico que muitos dos graomogolenses desconhecem, chamado “Curral de Pedras”.

Foi a partir dali e do garimpo na parte mais baixa, dois quilômetros antes da sede, onde a cidade começou. O “Curral de Pedras”, feito evidentemente de pedras do lugar, esbranquiçadas, era onde se guardavam os animais a serem comercializados ou abatidos para consumo dos garimpeiros.

Eis que alguém da parte mais baixa ousou subir ao ponto onde a cidade foi edificada, e lá encontrou quantidade maior de diamantes, sendo que no chamado Morro do Pagão, foi encontrada uma grande rocha cravejada de diamantes, e isso atraiu gente de toda parte do Brasil e do exterior.

Nessa época, a maior autoridade do lugar, era o Barão de Grão Mogol, Gualtér Martins Pereira, camarada amigo do rei Pedro II. Ele tinha uma propriedade 15 quilômetros afastado da cidade e era o maior explorador de diamantes da região.

Ele teria construído esse sobrado da foto, que era ocupado quando vinha da roça. E que roça! Possuía lá no meio do mato um outro sobrado que seria atração se ainda existisse, mas foi derrubado sem que restasse quase sinal nenhum.

O acesso da fazenda do barão à cidade de Grão Mogol era feito por uma trilha de pedras naturais, que ele fez os negros escravos calçarem os pontos onde não havia pedras, tornando um percurso para caminhadas, dentro do que é hoje o Parque Estadual Grão Mogol. São 15 quilômetros para ir e outros 15 para voltar, uma caminhada bem puxada, requer esforço físico.

Todavia, o esforço é amenizado pela beleza das paisagens de tirar o fôlego. Vê-se durante o percurso serras e os seus contornos como se de veludo fossem e tem-se a impressão de estar se dirigindo rumo a algum paraíso celestial.

Mas, o que mais se quer destacar aqui é o sobrado do barão, que fica na Rua Direita, Rua Cristiano Relo batizada, com Praça Coronel Janjão. Dali se arrancava acompanhado de escravos e burros para irem à fazenda Cafezal, que, como o próprio nome indica, ele plantava café.

O barão viveu 53 anos em Grão Mogol. Mas percebeu a escassez de diamante e se mudou para Rio Claro (SP), onde morreu 10 anos depois. Ele trabalhou tanto pela cidade, que o próprio traçado dela foi idealizado por ele.

E como pediu em vida, a sepultura dele está dentro de um canavial, em Rio Claro, abandonada, em uma fazenda que deixou no município paulista, onde teve grande influência socioeconômica e política.

Imagem da Galeria O Barão de Grão Mogol já foi personagem importante para a região, no Brasil colônia
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