Português (Brasil)

Atlas Lithium à toda velocidade para produzir até final do ano

Atlas Lithium à toda velocidade para produzir até final do ano

Para isso, o projeto dele foi dividido em duas fases, nas quais cada uma delas produzirá 150 mil toneladas de concentrado de lítio do tipo espodumênio, grau bateria.

Compartilhe este conteúdo:

10-01-2024 às 16:26h.

Direto da Redação

Na montagem da primeira etapa da norte-americana Atlas Lithium, no município de Araçuaí, região do Vale do Jequitinhonha (MG), o criador e controlador da empresa, o brasileiro Marc Fogassa, já investiu US$ 49,5 milhões. Mas a previsão dele é de investir R$ 1 bilhão e desse montante, já gastou R$ 200 milhões nas fases de pesquisa e sondagens das reservas

A intenção do investidor brasileiro é acelerar a produção de lítio até o final deste ano de 2024. Para isso, o projeto dele foi dividido em duas fases, nas quais cada uma delas produzirá 150 mil toneladas de concentrado de lítio do tipo espodumênio, grau bateria.

O detalhe é que a Atlas se acha numa área vizinha a da Sigma Lithium, que já vem produzindo lítio desde abril e fez o mais recente embarque para a China no final de 2023. A Sigma levou quase dez anos para iniciar o processo de produção e exportação.

Fogassa informou que o equipamento conhecido como DMS, considerado o principal no processamento do lítio foi encomendado e já está sendo fabricado no exterior. As demais instalações para a planta industrial são encontradas no mercado nacional.

No início de dezembro, com intuito de prover suporte à fase 1, a empresa fez acordo estratégico de US$ 50 milhões com dois grupos chineses refinadores de concentrados de lítio.

“Chengxin Lithium Group e Yahua Industrial Group”, agora como acionistas da empresa, desde já asseguram a compra antecipada de grande parte da produção. Os dois grupos são do ramo de hidróxido de lítio e fornecedores de empresas como Tesla, BYD, CATL, LG Chemical e LG Energy Solutions, entre outros consumidores da matéria-prima para baterias elétricas.

Será de cinco anos a duração do contrato com os grupos chineses, podendo ser renovado, de modo que Fogassa já sente a Atlas “inserida na cadeia global de suprimento de lítio dos grandes fabricantes de baterias e de carros elétricos”.

É ele que diz: “São dois players produtores de alta qualidade que quiseram se associar a nós; por isso tivemos de dividir o negócio. Cada um terá direito de levar 60 mil toneladas de concentrado”,

Na visão dele, a China segue avançada no processamento de lítio, domina mais de 90% da propriedade intelectual para se obter hidróxido e carbonato de lítio, dois elementos cruciais na fabricação de baterias.

Fogassa considerou “muito interessantes e competitivas”, a relação com os grupos chineses que assim garantirão a geração de caixa para a empresa. “O acordo tem a grande vantagem de ser uma venda direta ao processador (refinadoras de lítio), sem intermediário na cadeia de suprimento”, afirmou. O acordo tem uma cláusula que não impede de “uma potencial venda da companhia”. 

Fogassa tem entre seus sócios na Atlas os fundos BlackRock, Waratah, Fidelity, Invesco, Thomist Capital, Polar, dentre outros investidores institucionais. É listada na bolsa americana Nasdaq desde janeiro de 2023. Com valor de mercado de US$ 371 milhões.

Possui sede em Boca Raton, Estado da Flórida, e escritório em Belo Horizonte. Fogassa diz que a companhia é proprietária de reservas de lítio requeridas e adquiridas em Araçuaí, Itinga e outros municípios da região conhecida como Vale do Lítio de Minas. Atualmente, são 54 direitos minerários espalhados em uma área de 240 quilômetros quadrados.

Se olhado o projeto da Altas Lithium como um todo, a intenção do empresário e produzir 300 mil toneladas de concentrado de espodumênio ao ano, com investimento total de US$ 200 milhões.

E quanto a fase 2, Fogassa? Está nos planos até meados de 2025, para entrar em operação, à plena capacidade, em 2026. As reservas de lítio (pegmatitos) das áreas Anitta 2 e 3 já mapeadas e somados aos testes metalúrgicos realizados e bem sucedidos, acabam por agilizar o cronograma do chamado Projeto Neves.

Foi por isso que a empresa resolveu antecipar metade do projeto, e encomendou uma planta modular da tecnologia DMS – que não necessita elementos químicos no processo de beneficiamento do lítio, mais compacta que as existentes, e segundo Fogassa , inédito.

A Atlas utilizará energia renovável no projeto, não usará produtos químicos perigosos (por meio da tecnologia DMS), estocagem de rejeito pelo método de empilhamento a seco (sem barragens) e utilização de água reciclada.

Pretende gerar de 400 a 500 empregos diretos e 1,5 mil indiretos no empreendimento, com treinamento de pessoas (mulheres e homens) da região para trabalhar na empresa como técnicos.

“O minério da área Anitta 2, onde começaremos a extração de lítio, fica embaixo de áreas degradadas de pastagens, quase aflorado, entre 3 e 9 metros de profundidade”, informa.

Fogassa sabe que até 2033 a demanda por lítio atingirá 3,5 milhões de toneladas de LCE (carbonato de lítio equivalente).

Ele disse que o custo cash da Atlas está estimado na faixa de US$ 400 a tonelada. “É bem competitivo”, segundo disse.    

A empresa continua perfurando suas áreas de concessões em busca de novos depósitos e até pretende divulgar uma estimativa de recursos minerais até o fim do primeiro trimestre

A Atlas informa que continua com sua campanha de perfuração exploratória, buscando novos depósitos de lítio nas suas áreas de concessões. A empresa tem como meta divulgar uma estimativa de recursos minerais até final do primeiro trimestre, emitir um Estudo de Viabilidade Definitivo.

Compartilhe este conteúdo:

 

Synergyco

 

RBN