22-09-2023 às 09:55h.

Ildefonso A. Pena*

Por aqui, por essas plagas, as cigarras estão a ciciar. Elas vivem em meio às árvores centenárias do Parque Santo Antônio, localizado atrás do prédio onde resido, no Bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte.

Daqui da minha janela acompanho. E como esse é um fenômeno que se repete, haverá de chegar o momento em que os machos irão se esgoelar de tanto cantar e, então, as chuvas virão. Virão?

As pessoas acreditam que as cigarras cantam chamando chuva, porque elas surgem em um período logo anterior ao período das águas, daí fazem uma relação de uma coisa com a outra.

Os machos cantam de manhã, logo cedo, e no final do dia para atrair as fêmeas ao acasalamento e assim acontece a procriação e na próxima temperada tudo se repetirá.

Mas é interessante ouvir o canto das cigarras principalmente nestes dias de setembro, e quem faz a leitura do comportamento da Natureza percebe, o fenômeno está se dando na época certa. E isso pode ser encarado como um sinal de que vêm chuvas por aí, mesmo estando as previsões do momento contrárias, com tempo de baixa umidade relativa do ar.

A gente sabe, os animais de modo geral possuem um certo poder de prever os fenômenos da Natureza. Eles percebem antes dos humanos e saem a correr em busca de proteção.

Mas isso é uma coisa e outra diferente é o caso das cigarras, que se guiam pelo instinto. Queira Deus elas estejam certas, porque os sinais das mudanças climáticas estão aí e se por mal dos nossos pecados não chover o suficiente, não é necessário relacionar aqui a lista de consequências do estio, todos sabemos de cor e salteado.

Há quem diga que as cigarras morrem logo com a chegada das primeiras chuvas. Particularmente, espero que isso seja invenção e que elas possam se abrigar das águas porque terão de cuidar dos seus filhotes como acontece com os integrantes desse maravilhoso reino animal.

*Aposentado contemplador da Natureza