
CRÉDITOS: Rafaella Ribeiro CMBH
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07-04-2025 às 09h16
Tito Guimarães*
O atual prefeito de Belo Horizonte Álvaro Damião ((União), vice-prefeito na chapa do falecido prefeito Fuad Noman, já começou acertando, ao instituir por meio de decreto, apoio às políticas públicas voltadas para vilas e favelas.
Além disso, o decreto assinado por ele cria a Assessoria de Apoio à Coordenadoria Especial de Vilas e Favelas, que terá a missão de auxiliar diretamente o prefeito na supervisão das ações.
Ambas medidas são bem acolhidas, mas está faltando um algo mais, o que é considerado o mais importante. Nada melhor do que tornar as vilas e favelas socioeconomicamente produtivas do que urbanizá-las.
De nada adianta só mudar a expressão “favela” para “comunidade” ou “aglomerado” porque a questão dos moradores desses lugares é viver ali com dignidade, de modo a se sentirem, inclusive, inclusos na sociedade.
Se isso não acontecer, as vilas e favelas são invadidas por facções de traficantes de drogas, simplesmente porque não são consideradas integrantes do município, e tornam-se lugares onde a polícia nem entra.
Recentemente, por exemplo, circulou a notícia de que o PCC do Rio de Janeiro ameaçava invadir a favela do Morro do Papagaio – Barragem Santa Lúcia, onde teria até assassinado quatro pessoas lá dentro, no reduto dos traficantes.
Essa notícia foi corroborada pela presença constante de um helicóptero da polícia, que nos dias em que aconteceram os assassinatos, sobrevoaram a área durante mais de uma hora, por várias vezes ao dia.
As favelas e vilas precisam dispor de tudo aquilo encontrado no lado urbanizado da cidade: banco, lotérica, sacolões, supermercados, farmácias, escolas – principalmente – restaurantes e tudo mais, para que possam se desenvolver por si mesma.
Convém que a PBH não se limite a oferecer paliativos para os moradores de vilas e favelas, senão eles nunca irão sair da situação em que se encontram. A PBH deve oferecer a solução do problema, urbanizando as vilas e favelas para que as pessoas possam, inclusive, nem precisar mais de tanta assistência pública, porque cada um encontrou o seu caminho de viver.
O anúncio da medida do prefeito foi um dia após a sua posse, na quinta-feira, 3 de abril. As nove regionais Barreiro, Centro-Sul, Leste, Norte, Nordeste, Noroeste, Oeste, Pampulha e Venda Nova terão como função identificar demandas específicas das vilas e favelas, facilitar o diálogo com a administração municipal e propor melhorias na execução das políticas públicas voltadas para essas comunidades.
* Tito Guimarães é Jornalista