
Agronegócio no Brasil tem índices de crescimento importantes - créditos: divulgação
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15-03-2025 às 08h28
Enio Fonseca*
Todos os brasileiros, consumidores de alimentos , das classes sociais, têm observado custos destes insumos crescentes , impactando os índices econômicos do País e diminuindo a quantidade e qualidade de proteínas e carboidratos nos pratos.
O tema é controverso e temos muitos especialistas do setor do agronegócio, das academias, do governo federal tentando esclarecer o que está acontecendo.
São muitas análises e justificativas apresentadas, mas, sem esgotar o assunto vou me ater a um ponto desta história que vem pesando no bolso de todos.
O governo, pontuando que os preços internos estão caros, aventou a aplicação de sobretaxas de exportação sobre alimentos exportados, idéia que felizmente não prosperou, eis que as consequências seriam piores para a economia. Diversas entidades setoriais, como a Academia Latino Americana do Agronegócio- Alagro, e outras se posicionaram contra esta ideia.
As exportações do Agronegócio são importantes para o nosso País. O Brasil voltou a registrar crescimento nas exportações de carnes. No mês de fevereiro, os embarques de carne bovina aumentaram 7,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, chegando a US$ 1,04 bilhão de faturamento (alta de 16,5%).
Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que ressalta a relevância da China como principal destino da carne bovina brasileira, seguida pelos Estados Unidos. veja mais em:https://www.moneytimes.com.br/receita-com-exportacoes-de-carne-bovina-crescem-139-em-fevereiro-frango-tem-alta-de-23-e-suinos-32-grds/
No entanto, o governo anunciou recentemente a zeragem das alíquotas para a importação de uma série de itens, como carne, café, açúcar e milho.
Para o Professor do Insper Agro, Marcos Sawaya Jank, profundo conhecedor do agronegócio e comércio exterior “a medida pouco fará diferença para a conta final dos consumidores, uma vez que o processo de importação é algo que pode levar meses, dependendo das categorias de produtos. Achar que vamos importar a preços competitivos com o que é produzido no Brasil é uma loucura,
A maioria dos países pratica preços mais altos que o Brasil domesticamente, fora que terá um custo para trazer o produto, suscetível à variação cambial… Isso vai demorar alguns meses para chegar no país. Portanto, se você agregar a isso a logística, câmbio, burocracia e a possibilidade de atrasos, terá um efeito muito baixo no controle da inflação”,
Para o especialista, “a solução para a inflação dos alimentos está em trazer mais estímulos para que a indústria agrícola possa produzir mais”.
A matéria completa com o professor Marcos Sawaya Jank pode ser lida em:https://platobr.com.br/marcos-jank-achar-que-vamos-importar-carne-a-preco-competitivo-e-loucura/
Por outro lado, com a guerra comercial que ganhou contornos de intensificação com aplicação de sobretaxas por parte dos Estados Unidos, temos a retaliação de diversos países, e todo esse movimento tem implicações também para a economia brasileira.
A China começou a impor tarifas de até 15% sobre os produtos agrícolas dos Estados Unidos nesta 2ª feira (10.mar.2025).
A medida é uma retaliação ao recente aumento de tarifas sobre produtos chineses aprovado pelo presidente Donald Trump (Partido Republicano). As novas tarifas chinesas incluem taxas de 15% sobre produtos como frango, trigo e milho; e 10% sobre soja, carne suína, carne bovina e frutas.
Neste cenário, os produtos do agronegócio brasileiros podem ser ainda mais procurados por países compradores, como a China.
Sem dúvida, uma equação complexa que envolve aspectos de geopolítica comercial internacional, e interesses nacionais que passam desde a segurança alimentar até a balança comercial.
Enio Fonseca é CEO da Pack Of Wolves e Colunista do Diário de Minas