
Além do BH Airport, a empresa é a concessionária do Aeroporto da Pampulha. CRÉDITOS: Divulgação
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23-05-2025 às 09h20
Sérgio Moreira*
A Motiva, novo nome da CCR (Companhia de Concessões Rodoviárias), confirmou a intenção de vender seus 20 aeroportos na América Latina, o que inclui o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH Airport), em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte , e o Aeroporto da Pampulha. A companhia contratou o Itaú Unibanco e a consultoria Lazard como assessores financeiros para avaliar uma possível transação de venda dos seus ativos aeroportuários.
A previsão das vendas dos aeroportos podem gerar R$ 10 bilhões .
Em fato relevante divulgado no dia 18 de maio, o grupo, com atuação em rodovias, ferrovias e aeroportos, afirmou que o processo passou para a fase de negociações não vinculantes, ou seja, sem qualquer obrigação de exclusividade por parte da Motiva ou de suas afiliadas.
A companhia enxerga a venda dos aeroportos como uma estratégia de reciclagem de capital e também avalia outras alternativas para se estruturar. Segundo a empresa, a possível venda dos terminais aéreos atraiu o interesse de diversos potenciais compradores.
Em Minas Gerais, a Motiva é sócia da Zürich Airport e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) no BH Airport.
A possível saída da empresa do negócio já era cogitada há alguns anos, desde que a companhia, ainda como CCR, conquistou a operação de outros 15 aeroportos na 6ª Rodada de Concessões Aeroportuárias do Governo Federal, em leilão realizado em 2021.
Além do BH Airport, a empresa é a concessionária do Aeroporto da Pampulha, onde mantém um investimento milionário para transformar o equipamento em um hub de aviação executiva. No total, a Motiva tem 17 aeroportos no Brasil e três terminais no Costa Rica, Curaçao e Equador, que contam com uma movimentação de mais de 43 milhões de passageiros por ano.
Já as operações dos aeroportos da Motiva fora do País representam mais de 60% do lucro da empresa com administração dos terminais aeroportuários.
Grupo pretende focar em negócios estratégicos- Criada como CCR em 1999 pelas construtoras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido, a Motiva atualmente fatura cerca de R$ 15 bilhões por ano e possui 36 concessões em diferentes segmentos de infraestrutura em 13 estados do Brasil.
Após arrematar cerca de 20 concessões de infraestrutura no País entre 2018 e 2021, a companhia decidiu se retirar dos certames para organizar a casa e se preparar para os novos investimentos assumidos. Nos próximos anos, a Motiva deverá investir aproximadamente R$ 46 bilhões em todos os projetos sob sua administração.
Em 2022, a holding de investimentos Itaúsa e o grupo Votorantim adquiriram a parte da Andrade Gutierrez na Motiva, e passaram a compor a sociedade com as outras duas empreiteiras da formação original do grupo. Assim, no ano passado, a companhia retornou aos grandes leilões de infraestrutura do País e voltou a arrematar concessões de peso.
A empresa agora pretende focar em concessões de infraestrutura nos grandes centros urbanos brasileiros e reduzir o endividamento. Além dos aeroportos, a Motiva também cogita a venda de suas concessões em metrô, ferrovias e balsas, e se concentrar nos negócios considerados mais estratégicos, como as concessões de rodovias, cujos pedágios geram cerca de 70% da receita da companhia.
Coluna Minas Turismo Gerais Jornalista Sérgio Moreira informações para sergio@51moreira@bol.com.br @sergiomoreira63