
Marinha do Brasil, sempre na vanguarda da Defesa Nacional - créditos: divulgação
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05-04-2025 às 08h28
Direto da redação
Este é mais um passo rumo à modernização da defesa naval brasileira, a Marinha do Brasil e o grupo EDGE firmaram uma carta de intenções estratégica para o desenvolvimento de sistemas antidrones voltados a aplicações marítimas. O acordo foi assinado no dia 3 de abril, durante a LAAD Defence & Security 2025, e prevê a criação de soluções integradas com tecnologias autônomas de superfície e aéreas, adaptadas às necessidades operacionais da Força Naval.
Detalhes técnicos da cooperação em sistemas antidrones
O projeto conjunto entre a Marinha do Brasil e a EDGE tem como objetivo o desenvolvimento de sistemas de neutralização de drones especialmente desenhados para o ambiente naval. As tecnologias em estudo envolvem o uso de radares de alta precisão, sensores eletro-ópticos e sistemas de bloqueio de sinais que possam atuar contra veículos aéreos e de superfície não tripulados, detectando e neutralizando ameaças de forma automática e eficiente.
Com foco em plataformas autônomas, como drones navais e aéreos empregados na proteção de comboios e instalações costeiras, o sistema integrará capacidades de vigilância e resposta em tempo real, utilizando inteligência artificial para tomada de decisões sob critérios de segurança e eficiência operacional. Essa abordagem representa um avanço significativo no conceito de defesa eletrônica embarcada, adaptada aos desafios contemporâneos do ambiente marítimo.
A criação de um grupo técnico conjunto, formado por engenheiros e especialistas da EDGE e da Diretoria de Sistemas de Armas da Marinha, permitirá que o sistema seja moldado diretamente aos requisitos operacionais brasileiros, ampliando o escopo de uso para navios de patrulha, corvetas, fragatas e bases navais.
Relevância da parceria para a doutrina de defesa da Marinha
A proliferação do uso de drones em ações ofensivas, inclusive por atores não estatais, exige respostas mais rápidas e integradas das forças armadas. Nesse contexto, o acordo com a EDGE representa um passo estratégico para a evolução da doutrina de proteção naval, consolidando a Marinha como uma força atenta aos novos vetores de ameaça.
A implementação de sistemas antidrones autônomos eleva a capacidade de proteção dos meios da Marinha em diferentes teatros de operações, como a Amazônia Azul, áreas costeiras, e missões internacionais. Além disso, permitirá à Força Naval atuar com maior independência tecnológica e eficiência no enfrentamento de ataques assimétricos e táticas de saturação com drones.
A parceria ainda reforça a atuação da Marinha no campo da guerra eletrônica e defesa cibernética, duas áreas que se tornam cada vez mais centrais na estratégia de qualquer força militar moderna.
EDGE e Marinha: cooperação e impacto na Base Industrial de Defesa
Ao escolher cooperar com a EDGE, o Brasil não apenas adquire acesso a tecnologia de ponta, mas também dá um passo concreto na valorização da Base Industrial de Defesa (BID). A parceria poderá resultar em transferência de conhecimento, capacitação de engenheiros brasileiros e potencial produção nacional de sistemas antidrones, o que é estratégico para a soberania e autonomia do setor de defesa.
A presença da SIATT como parceira no acordo também indica o interesse em envolver empresas nacionais consolidadas no desenvolvimento das soluções, promovendo um modelo de negócio que une experiência internacional e capacidade industrial local.
Além de fomentar o desenvolvimento tecnológico nacional, a parceria EDGE–Marinha impulsiona a competitividade do Brasil no mercado global de defesa, posicionando o país como coprodutor de tecnologias sensíveis para o segmento naval.