
A Última Missa CRÉDITOS: Caravana grupo editorial/Divulgação
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12-05-2025 às 09h24
Direto da Redação*
Direto da Redação
O livro do ex padre Gilson de Oliveira, da Arquidiocese de Mariana (MG), intitulado “A Última Missa”, é antes de tudo uma demonstração de coragem. Porque não é comum um ex padre tomar a iniciativa de produzir um livro para contar os motivos que o levaram a deixar a batina, vestimenta usada antes de assumir a roupagem comum dos fiéis.
Aqui na minha cachimônia fiquei pensando que a coragem de Gilson de Oliveira de expor e se expor a uma questão de tamanha delicadeza, deve ser exaltada. Não é comum acontecer isso no seio da Igreja Católica, que acaba de apresentar ao mundo o novo papa Leão XIV.
E quando acontece – e já aconteceram vários ao longo das décadas – desconheço quem teve a coragem do ex padre Gilson de Oliveira. Ele teve a coragem de fazer a opção pedida pelo coração, sem com isso abandonar a fé em Deus que o levou a frequentar o seminário até se ordenar padre.
A Arquidiocese de Mariana pode ter perdido um padre, mas Deus, certamente, não, porque o ex padre não está abrindo mão daquilo que aprendeu e apreendeu ao longo dos anos. Que acabou fazendo dele escritor poeta, um homem intelectualmente preparado para continuar a irradiar o amor ao próximo, como o Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou e deve ser praticado no dia a dia.
“A Última Missa” é um registro do que aconteceu com o padre Dito, que é ele próprio, quando cheio de amor no coração pela vida sacerdotal, algo falou mais alto.
“Quando as dificuldades impostas pelo celibato e quando o afeto e a paixão entram no dia a dia do religioso” aí é necessário, claro, fazer uma opção porque uma coisa é uma coisa e mais outra, é uma questão ética.
Certamente, a essa altura, depois de escrever o belo livro, com lances de poesia, o ex padre está feliz consigo e com Jesus, a quem irá continuar a servir, mesmo porque não é necessário vestir uma batina para isso.
O que pode acontecer é ele continuar a fazer o que sempre fez e melhorar sempre, por dentro de si, do que permanecer enganando a ele próprio, porque Deus a tudo vê e a consciência, para quem cuida dela, é de importância crucial.
Penso que foi isso que levou o sacerdote Dito a tomar a atitude, depois de rezar a última missa, o que ele não poderá fazer mais no dia a dia, como fazia no altar. No mais, ele se libertou e será ainda mais útil como servo de Deus sem a batina e sem um peso de consciência. Ele fez o caminho indicado pelo coração.
