O colorido e a arrumação dos hortifrutigranjeiros nas bancas têm certa semelhança com as bancas do Mercado Central da capital. Apesar de que em BH os hortifrutigranjeiros perdem espaço a cada dia.
25-11-2024 ás 09h:21
Alberto Sena
De outra feita, publiquei neste espaço: a aproximação do final de ano é a melhor época para viver Montes Claros.
Em outras palavras, apesar dos problemas, a cidade fica melhor porque o cheiro de pequi está por todos os cantos, principalmente no Centro. Nas casas, o cheiro de pequi é sentido principalmente na hora do almoço.
O Mercado Central de Montes Claros só perde para o de Belo Horizonte, considerado o terceiro melhor do mundo. Não se sabe se o título continua depois das mudanças pelas quais o Mercado Central passa, depois da associação com KTO, casa de jogos de azar.
É claro que para o de Montes Claros ganhar mais pontos neste campeonato é necessário melhorar sua infraestrutura física, incrementá-la de alguma forma.
Mas em termos de diversidade, o de Montes Claros talvez ganhe do de Belo Horizonte, guardadas as proporções, evidentemente.
O colorido e a arrumação dos legumes e das frutas nas bancas têm certa semelhança com as bancas do Mercado Central da capital. Apesar de que em BH os hortifrutigranjeiros estão perdendo espaço a cada dia.
A diferença é de que o mercado de Montes Claros, nesta época do ano, no “período das águas”, recebe as frutas do Cerrado, como pequi, pitomba, mangaba, mangas diversas, tamarindo, murici, dentre outras.
É o período da fartura, nem tão farta atualmente, devido à falta de chuvas como chovia décadas atrás quando elas caíam com intensidade e acontecia de chover dias seguidos. E as crianças da época faziam até “olho de boi” com o pé na lama para a chuva parar a fim de brincar na rua.
No setor de barracas é onde está o colorido e a diversificação de produtos nas prateleiras, como pimenta em garrafa, mel de laranjeira e aroeira, manteiga engarrafada, requeijão, feijão andu, ervas medicinais, artesanato, é uma infinidade de produtos.
Na sexta-feira, o movimento do Mercado Central não se compara com o de sábado, quando os residentes em Montes Claros vão fazer feira e a cidade recebe gente vinda das redondezas em busca de cachaça, licores como o Corby, produzido há décadas, antes sob o comando de Corbiniano Aquino, personagem de realce na história da cidade para onde ele se transferiu vindo de Januária.
Sempre gostei de frequentar o mercado de Montes Claros. Toda vez em que retorno à terra, deixo para o último dia da estada para comprar os produtos do mercado.
No meu caso particular, saí de Montes Claros, mas a cidade nunca saiu de mim. Sempre é bom retornar para, como diria mãe Elvira, “buscar fogo”. Isto é, renovar a relação telúrica com o torrão onde nasci.