A literatura dela é da “escrevivência”
É uma escritora completa, com poemas, contos, romances e ensaios, a maioria traduzida para o inglês, francês, árabe, espanhol, eslovaco e italiano.
18-02-2024 às 08h:38
Direto da Redação
Ela chama a literatura que pratica de “escrevivência”, e assim inventou uma palavra nova e forte porque concentra em 13 letras uma vida de muitas histórias escritas.
Estou falando da escritora Maria da Conceição Evaristo de Brito, que acaba de ser eleita para a Academia Mineira de Letras (AML) para ocupar a cadeira de número 40, deixada pela professora Maria José de Queiroz, falecida.
A primeira publicação dela foi em 1990, em Cadernos Negros, do grupo Quilombhoje. É dela também Canção para Ninar Menino Grande (Pallas) e Macabéa: flor de Mulungu (Oficina Raquel).
É uma escritora completa, com poemas, contos, romances e ensaios, a maioria traduzida para o inglês, francês, árabe, espanhol, eslovaco e italiano.
Querem mais? Prêmio Jabuti em 2015 na categoria contos e crônicas, com o livro Olhos D’água. Prêmio Cláudia na categoria Cultura, em 2017; Prêmio Revista Bravo, categoria Destaque, o Prêmio do Governo de Minas Gerais pelo conjunto de sua obra; o Prêmio Nicolás Guillén de Literatura pela Caribbean Philosophical Association e o Prêmio Mestre das Periferias pelo Instituto Maria e João Aleixo.
Foi a grande homenageada do 61° Prêmio Jabuti como personalidade literária, em 2019. Em 2023, foi agraciada com o Prêmio Juca Pato como Intelectual do Ano e laureada com o prêmio Elo no Festival Internacional das Artes de Língua Portuguesa.
Tudo isto posto sobre a grande escritora, fica no ar só uma pergunta: com tanto prêmio, com tanto talento, será que Maria da Conceição Evaristo de Brito, nascida na favela do Pindura Saia, na Região Centro-sul da capital mineira, já deveria estar na Academia Mineira de Letras (AML) há muito mais tempo? Ela que tem uma vivência, como disse o presidente da Casa, Jacyntho Lins Brandão, “profundamente marcada por Minas e por Belo Horizonte”?
A professora Maria da Conceição disputou com outros cinco candidatos. Foi eleita com 30 votos, entre 34 votantes. Os acadêmicos Antonieta Cunha, J. D. Vital e Luis Giffoni, formaram a comissão apuradora dos votos.
O presidente da AML aplaudiu a chegada dela dizendo: “A par do reconhecimento de sua trajetória como professora, romancista e poeta, com justiça celebrada no Brasil e no exterior, tem também o sentido de impregnar esta Casa com suas qualidades e história de vida, essa prática da literatura por ela denominada escrevivência”.
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