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17-09-2025 às 12h17
Anna Marchesini*
Engana-se quem acredita que o Brasil é uma sociedade democrática. Até hoje, o país não experimentou uma democracia plena, e a concepção de uma sociedade verdadeiramente democrática parece distante da realidade brasileira. Não se trata apenas de discutir uma política democrática ou um Estado Democrático; é sobre uma sociedade democrática, e nesse aspecto, o Brasil passa bem longe desse ideal.
A sociedade brasileira revela-se autoritária, violenta e discriminadora, características que contradizem os princípios fundamentais de uma democracia. Consequentemente, as condições necessárias para a existência de uma democracia genuína ainda não se concretizaram no país. Vivemos em uma sociedade hierarquizada, profundamente dividida e segmentada, onde preconceitos e violência são moventes poderosos que moldam as relações sociais.
A visão dos direitos no Brasil está muito aquém do que se esperaria de uma sociedade democrática. Não há uma base sólida que sustente uma democracia verdadeira, apesar da existência de aspectos democráticos na política e de movimentos sociais que lutam pela democratização. Esses esforços são importantes, mas não são suficientes para caracterizar o Brasil como uma sociedade democrática plena.
A estrutura social brasileira é marcada por profundas desigualdades econômicas, raciais e de gênero.
A violência é um problema endêmico que afeta a convivência social e a segurança cidadã.
Preconceitos e Discriminação: Preconceitos arraigados contribuem para a exclusão e marginalização de grupos vulneráveis.
A democracia não é apenas um sistema político é um modo de vida que pressupõe respeito aos direitos humanos, inclusão e participação cidadã. No Brasil, os desafios para alcançar esse patamar são significativos e envolvem transformações profundas nas estruturas sociais e culturais.
*Anna Marchesini é presidente do Instituto Elos de Ação Solidária