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13-02-2025 às 09h14
Fernando Neto*
Você será substituído. Cedo ou tarde, isso acontecerá! O mundo não se preparou para sua própria criação e evolução. A Inteligência Artificial é objeto de desejo humano, perseguido pela ciência, governos, partidos, indústria e mercado. Só esqueceram de calcular o que fazer com quem será substituído no curto, médio e o longo prazo. Certamente o pensamento geral é: daremos um jeito. Mas de fato, você já parou para pensar que algumas profissões deixarão de existir em pouco tempo? Algumas inclusive já não têm mais função real e o avanço da automação, da tecnologia e a IA darão cabo do que falta. Essa notícia antiga que “o novo virá” chegou assolando o trabalho no campo, nas indústrias e, aos poucos, os serviços cotidianos, braçais ou específicos.
Não estamos brincando de imaginar o amanhã. O futurou chegou mais rápido do que filmes previam. Hospitais já usam robôs para a limpeza, empresas de transporte já testam carros automatizados sem motorista, sejam os de rua, como Uber, 99 POP, ou empresas de grandes transportes rodoviários que utilizam caminhões. Em boa parte do mundo o metrô já é computadorizado. Assim será com embarcações marítimas, aéreas e ferroviárias. Robôs já realizam entregas pelas ruas, escritórios e executam atendimento em restaurantes ou hotéis. Grandes drogarias já substituem seus farmacêuticos por computadores administrados por IA que manipulam, dosam e controlam fármacos e receitas médicas.
Já é possível tentar adivinhar quais profissões vão deixar de existir nos próximos anos. As perguntas que faço são: surgirão outros empregos? Haverá emprego para todos? Governos, parlamentos, partidos políticos estão preparados ou preparando a sociedade para este “novo tempo”? Alguém já fez a conta que no final a conta não bate? É provável que não, para todas as perguntas! Por isso, o risco aumenta a cada avanço da tecnologia. Parte do mercado torce por um colapso social, econômico e político, assim será mais barato controlar o valor da mão de obra, reduzir o custo político e o controle social. Essa fórmula não é nova, foi assim que a humanidade atravessou suas maiores crises e transformações.
Ao fim, vivemos uma transição de era, uma civilização se sobressaindo a anterior. Mudamos a forma de comunicar, consumir e relacionar. Outras mudanças culturais mais profundas vêm acontecendo em uma velocidade nunca antes vivenciada na história da civilização humana. Os resultados serão negativos e positivos, como em qualquer transição geracional. O fato é que as diferenças econômicas aumentam a medida que as distâncias diminuem, sejam de linguagem ou de convívio. Até nisso já somos diferentes.
Você já parou para conversar sobre isso com seu filho? Seu amigo? Seu vizinho? Qual profissão deixará de existir amanhã?
Fernando Neto, F3 Investimentos