A Democracia da Palavra
A opinião pessoal do Lula é bem válida no seio de seu lar e vida, mas a liturgia de suas funções, de presidente, impõe que preserve, respeite, tendo atenções e cuidados para com todos
25-02-2024 às 07h:57
José Altino Machado*
Com muita fé acredito poder falar, escrever, manifestar, informar ou transmitir em qualquer situação, tudo aquilo que queira dizer, desde que com responsabilidade e respeito. Acredito mais, toda a essência da democracia encontra abrigo no exercício da palavra e da comunicação. E este conceito, se aplica a todo e qualquer cidadão em nações livres de regime de exceção, força ou tirania.
Entretanto, a tudo e em tudo, existe sempre um, “porém”. Paradoxalmente, quanto ao uso de palavras proferidas por alguns, em suas prerrogativas, existem limites e sérias exceções a serem observadas.
Neste País, uma das maiores democracias do mundo, pelo menos assim, políticos o dizem, não tem sido praticada a fórmula racional do que seja realmente uma Nação com respeitável democracia; pelo menos àqueles a quem deveriam estabelecer barreiras. A bagunça em nome da dita está grande...existindo até apurações quanto a tentativa de golpe contra ela, ou como dizem, contra o Estado de Direito.
Aliás, “nunca dantes na história deste País”, o nome deste amado sistema, alimentou tanto a verve pública de nossos representantes maiores.
E vale repetir, um paradoxo... pois, por aqui, “democraticamente”, juízes supremos se abrigando em palavras de ordem à sua defesa, se reconhecendo como vítimas e ofendidos, exacerbando suas funções, eles próprios, investigam, julgam e prendem. E se algo em contrário prevê nossa constituição, por mera e monocrática decisão, criam nova jurisprudência e a atropelam sem nenhum pudor. Interessante, talvez comportamento único no mundo em julgadores, eles aqui, motivados pelas demonstradas faltas de isenções, buscando falso amparo público, dão entrevistas de causas a seus cuidados, ainda a serem apreciadas. No passado, franceses também fizeram algo parecido, executando condenados em praças públicas, para com os alaridos das multidões sem rosto, terem uma mínima aprovação a seus excessos.
A estes senhores, ao bom exercício de suas funções, a democracia, freio maior de suas liberdades, deveria ser vedado o uso de quaisquer palavras e opiniões diferentes dos feitos ainda não julgados, como também, daquelas letras que estão registradas e sacramentadas em livros de leis.
E estes exemplos de falsas obediências às estruturas democráticas de nossos públicos representantes da justiça, deveriam ser observados e corrigidos, por todos os outros, como estes, encargos máximos de poderes, a começar do maior, à Presidência da República.
Acontecimentos recentes mostraram bem o tamanho da “merda” que o nosso produziu no exterior. E não tendo ventilador oficial, foi toda carregada pelos velozes ventos dos desertos. A bobagem foi tanta, que vale se dizer a ele que, “quem não tem manha não entra não”; aí tudo seria evitado.
Jamais poderia dizer que ele não tenha lá suas análises pessoais, mas como presidente de uma nação como a nossa, que abriga a tantos diferentes pensares e outras tantas também diferentes culturas e crenças, ele nunca poderia ter cometido tão grande desastrada imprudência, sobre este longevo, amargo e milenar problema. Com pequeno saber e mínima instrução histórica, saberia que estas mortais contendas judaicas-palestinas, em sua maioria, não podem ser julgadas pelas ações do instante, mas sim, antes de mais nada, se procurar saber como chegaram a estas mais que seculares litigâncias, sempre eivadas de ódios; sentimento este desconhecido aos brasileiros.
A opinião pessoal do Lula é bem válida no seio de seu lar e vida, mas a liturgia de suas funções, de presidente, impõe que preserve, respeite, tendo atenções e cuidados para com todos e não apenas aqueles concordantes, que lhe sejam simpáticos.
Dando prazer à memória, recordamos com orgulho, as ações diplomáticas comandadas e dirigidas com energias discretas e educadas, pelo Chanceler Barão de Rio Branco. Foram tão marcantes, que até em dias de hoje, nossa formidável diplomacia é considerada uma das melhores do mundo. Silenciosamente, exteriorizando atos de humildade, se sai sempre bem e a contento em suas mais difíceis missões. Ressalte-se, que foi dela a semente do primeiro reconhecimento internacional de economia de mercado, do nosso, hoje, maior parceiro comercial.
Por todo presente acontecido, pode se notar um peculiar abuso na exposição de emoções pessoais, em comprometedores discursos a seletivas plateias, sem nenhum anteparo ou aconselhamento diplomático. Demostrando claramente, que sistematicamente nosso governo tem nivelado por aspectos bem negativos suas ações, tanto no exterior, como internamente.
É imperioso, que qualquer governante se manifeste apenas a bem de sua NAÇÃO, e nunca a conforto de suas particulares filosofias ou ideologias.
Não sabemos mesmo o que busca nosso atual presidente lá fora, com quase total abandono de suas atenções ao que com urgência se necessita por aqui. Embora, seja certo que a ele próprio, a maior necessidade, seja atualização de cultura sobre o país e povo que por entrega, administra. Sem entendimento maior, as nossas ruas e praças que abrigam verdadeira tragédia humana, não só tem demonstrado desprezo às amarguras sociais, mas as têm ignorado.
Tangido talvez, por companheiros e companheiras, suas preocupações únicas manifestas até com forças de armas, são de “cuidar” de abstrato e desconhecido para ele, meio ambiente, não muito importando que sacrifique o ambiente da humanidade e até na produção nacional de alimentos.
Quero acreditar mais, que em sua malfadada caminhada a que se imagina ser um notável estadista estrelado, tem causado danos irreparáveis às gerações presentes e comprometendo outras de breve futuro. Ao centro-sul, quase 200 milhões de nacionais e suas atividades, são completa e totalmente ignorados, sendo que a Amazônia, lhe oferece um caríssimo anfiteatro para garantia de plateias, acabou se tornando seu maior vício e ao anônimo povo que a habita, persegue com determinação doentia, como uma pandemia em seu governo...
Gastasse ele, um pouco desse tempo e fortuna, com educação, saúde e sistemático combate às organizações criminosas, com certeza em também memória do político que é e será, poderá se aproximar na conquista de seus maiores anseios pelas ribaltas mundiais.
Que árabes e judeus, por aqui sempre bem-vindos, nos perdoem por esta intromissão, não por ser indevida, mas sim, por simplista como o coice de um burro...
BH/GV/Macapá, 25/02/2024
*José Altino Machado é jornalista
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