Português (Brasil)

A “Estação da Independência”, em Buritizeiro, foi inaugurada no ano da Semana da Arte Moderna

A “Estação da Independência”, em Buritizeiro, foi inaugurada no ano da Semana da Arte Moderna

O nome foi para lembrar os cem anos da independência do Brasil; mas logo o ponto passou a ser conhecido como “Estação de Buritizeiro”. E hoje está abandonada, entregue às intempéries.

Compartilhe este conteúdo:

Direto da Redação

26-03-2023

13h:37

Enquanto acontecia em São Paulo a Semana da Arte Moderna, no ano de 1922, em Buritizeiro, do outro lado da Ponte Marechal Hermes, de Pirapora, no Norte de Minas, era inaugurada a Estação Ferroviária e o seu armazém (Foto).

Mais de cem anos depois, se vida a estação tivesse, a essa hora ela estaria pedindo socorro para não desabar, e também as lembranças de quem viveu de lá para cá.

Dá até para imaginar o Brasil de então, fervilhando em construções. Com a Ponte Marechal Hermes, o País estaria ligado até a Amazônia e seria um outro se a extensão da ferrovia tivesse seguido o planejado. Mas não seguiu.

Então a ponte e a estação passaram a servir para outros meios. Talvez por ser de ferro, a ponte resiste, mas a estação vai sendo consumida pelas intempéries. O interior já despenca.

Nem o nome original da estação é conservado, pois ela passou a ser conhecida como a “Estação de Buritizeiro”. As obras de construção dela se iniciaram em 1911 e o nome original “Estação da Independência” foi dado para lembrar os cem anos do “Grito do Ypiranga”.

A estação e a ponte foram inauguradas na mesma ocasião e, certamente, foi uma festança porque, afinal, eram duas obras de grande ponte cada um mais importante do que a outra. A ponte tornou possível atravessar o rio de trem e a próxima parada era a “Estação da Independência”.

A próxima e a última, porque ali terminou a linha de mais de mil quilômetros de distância do Rio de Janeiro. O plano era estender os trilhos até Belém do Pará, pois assim escreveu Max Vasconcelos, em 1928, no seu livro intitulado “As Vias Brasileira de Comunicação”, em 1928:

“Aqui, onde a vastidão deste cenário e a imponência deste rio dão a visão suntuosa da grandeza do Brasil, termina a Linha do Centro. Em futuro que não poderá estar muito afastado, os 2.547 km que medeiam entre a ponta dos trilhos e a cidade de Belém, no Pará, estarão cobertos pelos dois fios de aço que encurtam as distâncias e solidificam a integridade das nações de território vasto. E entre silvos sonoros e vitoriosos, a alegre locomotiva irá buscar em três dias os nossos irmãos do Norte, que hoje levam 15, a chegar à capital do seu País”.

A sequência da estrada de ferro não aconteceu e a ponte passou a servir ao trânsito de carros, motocicletas, bicicletas e pedestres, sem a retirada dos trilhos. Em 1930, a estação foi desativada. Os trens de ferro já não mais atravessavam a ponte, a linha até a cidade de Corinto já não era mais o tronco central da estrada e se tornou um ramal de Pirapora.

A estação e o armazém) até 2009 estavam em pé, mas totalmente abandonados. Até chegaram a ser usados como centro cultura, em 1990, mas acabaram sendo abandonados de vez.

Imagem da Galeria A Estação da Independência poderia ser aproveitada para alguma coisa e está abandonada
Compartilhe este conteúdo:

 

Synergyco

 

RBN