Eita Brasil da “porra”*
Em passado distante, em um império absolutista, o imperador, finalmente vitorioso na segunda guerra púnica contra o famoso Aníbal, tão vaiado que fora por seus constantes e estratégicos recuos, foi ovacionado em praça
29-09-2024 às 12h:10
José Altino Machado**
Com certo desgosto e constrangimento, vinha assistindo os debates eleitorais dos paulistas. De repente, não mais que de repente, comecei a achá-los até engraçados, nada tardando a ficar também espantado.
Invariavelmente, brasileiros se queixam de políticos. Muitos saem até pelas ruas a gritar, “ladrão” e outras coisinhas, muito ofensivas mais. Poderiam até serem válidos tais xingamentos sinalizando repúdio, entretanto, os acho injustos. Afinal, os caras foram eleitos, foram escolhidos para estarem onde estão. Assim, não seria a eles que haveremos culpar.
Para que tais representantes não mais apareçam, nossas mensagens terão sempre de serem dirigidas a quem os elege. Verdade que maioria das vezes seria monólogo de surdos.
Me recordo bem que, ao final do regime militar, o último deles ao deixar o posto de comando, profetizou em sentença aparentemente vingativa: “agora à frente, não só a cupidez, como a sanha pelo poder dos políticos, haverá de comprometer a Nação”. Quem não muito acreditou nele à época, agora procura parecer desmemoriado para não se comprometer.
O “trem” dá medo. A dita sanha política imiscuiu-se em todo lugar, comprometendo até altas câmaras do judiciário.
Em passado distante, em um império absolutista, o então imperador, finalmente vitorioso na segunda guerra púnica contra o famoso Aníbal, tão vaiado que fora por seus constantes e estratégicos recuos, ao ser ovacionado em praça pública, e ouvindo de conselheiros: “pois é, ainda há pouco o apupavam, agora o enaltecem”, respondeu-:
“Nem sempre o povo é o melhor juiz de seus líderes”.
E isso está valendo até os sagrados dias de hoje que sem ser um império, a não ser da ignorância, subproduto admitido na democracia. Resultados comprovam, não existindo nenhuma outra explicação lógica.
São Paulo, exemplo de arrojo e trabalho. Cidade monstro, parida por irrequietos aventureiros bandeirantes (garimpeiros), somados a gente boa, imigrante estrangeiro e brasileiros nordestinos, parece nunca respeitar limites quanto as necessárias exigências de qualidades para sua própria administração e contribuição à organização nacional.
Zombam mesmo, com eleições e direitos a escolhas de mandatários e legisladores. Abusam muito dos direitos aos exercícios democráticos, permitindo a qualquer um, a oportunidade da intenção apenas por pessoais ambições. Sendo muito perturbador que todo um grandioso eleitorado dê porteira, no legitimo termo, a qualquer UM.
Realmente em qualquer regime que prima em ser democrático, há que se valer que “qualquer um” tente a vir a ser o que quiser, mas também, cabe a muitos abandonando a omissão permissiva impedir que sejam ungidos.
Aparentando soberba, não levam em conta as eleições municipais, que a todos, são as mais importantes. Presidentes, congressistas e tantos outros, podem ser malvados ventos passageiros, e o são na maioria das vezes, mas seus poderes de malefícios são limitados, diluindo-se pela Nação.
Prefeitos e vereadores, não. Eles são as colunas administrativas de toda a base familiar nacional. Aos maus efeitos de suas participações administrativas na sociedade, não haverá reparos por uma geração.
À falta de especiais salubridades urbanas, a desgraça está feita. Inexistindo educação sanitária, a merda será grande, com atropelo à área de saúde. Trânsito desorganizado, tráfego nervoso, resulta em habitante paranoico. Finalmente, o mais importante: o banco escolar. Este, se ruim ou mal conduzido, gerações sem oportunidades de correções, estarão inexoravelmente prejudicadas. Aí, como diz, nosso presidente de pouca oportunidade escolar, também em São Paulo, “fudeu” ...
E esta tragedia escolar, do que seria requisito à administração de um país como o nosso “multi-pluri-variável” faz com que gente que muito trabalha, produz, amando este país, não tangido por pessoas eleitas e até pagas para isso, tenha que levá-lo a frente, por eles próprios e na marra. Embora contrariados por verdadeiros festivais de asneiras acolhidos pelos poderes.
“Porra”, diria Lula, ninguém lê nem estuda nesta merda? Bem pelo menos nisso aí, também falo como ele. Incrível tanta besteira dita e soada apenas a efeitos políticos e aplausos de incautos desinformados.
Realmente, estudar é difícil a muitos, alguns por carências, mas mais ainda àqueles que só ganham e aparecem a público, sem maiores dificuldades, usando apenas bocas e línguas, sem nenhum trabalho. Pouco se importando se suas estultices possam prejudicar a vida de tantos. Tornam-se vendedores de sonhos, utopias e verdades imprestáveis.
Ainda essa semana, moçoila de obscuro instituto chamado escolhas, do que não se sabe, em entrevista, possivelmente paga, comentava a brusca queda da produção nacional de ouro, metal do qual acredito ela conhecer apenas em sua aliança. Afirmava ser correta a paralisação de milhares de homens empregados em sua extração, acompanhados de coisinha “pouca”, 30.7 bilhões de reais, a que popularizavam a economia de sustento a 27 milhões de pessoas.
Asneira de incrível boçalidade, que por lógica de raciocínio, se, sabe-se quanto caiu, e o todo que saía, estava não só legalizado como por alguém controlado. O problema da moça, que não procura entender o porquê da grande ambição de chineses, russos, canadenses ou norte-americanos, quanto a este mineral, é por mais incomodar lhe e arrecadar de incautos, pela presença de trabalhadores que com sua independência econômica, atraem milhares à Amazônia. Deixando eles a que moradores de rua ocorram apenas às cidades que tais como a ela e outros iguais, são invisíveis.
Por isso mesmo, fazem questão, de com recursos amealhados, milhões, ao venderem ilusões, bancarem, por serem mais bem controlados, políticos e pretendentes de pouco saber, para cargos de mando na gestão nacional. Ainda mais que abusam do costume de governantes populistas, em só nomearem a quem os rodeiam e gostam, renegando as necessárias qualificações.
E as bobajadas são imperdoáveis. Burrice mesmo. Pessoas e políticos que só não culpam a Deus, porque o Filho pediu que os perdoassem por não saberem o que fazem. E por aqui o que dizem...
Se da seca e águas do Solimões, sem buscarem o aval da cultura, só falam asneiras. Ribeirinhos sabem que em anos de escaldante verão atípico, a baixíssima formação do gelo andino, seu principal abastecedor torna-se totalmente insuficiente. Mais agravando pelas férteis imaginações, criando nos céus rios voadores a concorrer com aviões e ainda creditando suas fontes às árvores.
O que na Amazônia todos sabemos serem cíclicos, nos céus, sol inclemente, calor extremo, ventos aquecidos sempre provocam autocombustão em oleaginosas, além dos nativos agricultores. Porém, estonteados em seus parcos conhecimentos pela realidade, preferem então acusarem bandidos fogueteiros, assadores de linguiça, que sabem serem contrários às suas inúteis políticas. Ignorando ainda existir, os expulsos do extrativismo, fazendo como índios, formando coivaras para tacar fogo e plantar mandioca. Perfeita reação...
Uma pena mesmo neste país amarem tanto zombar despreocupadamente em urnas de ESCOLHAS LEGITIMAS. Um país maravilhoso como o nosso mereceria coisa melhor, pois por aqui o aprendizado é fácil e pode ser prazeroso.
Uma ocasião estando em São Gabriel da Cachoeira, com uma muito amada companheira, à hora de dormir, cansada, ela se permitiu recusar as artes do amor. Rejeitando carinhos e evitando excitações mudou até de cama deixando-me só.
Bom conhecedor do clima e do lugar onde estávamos, pacientemente aguardei o normal encontro das carregadas frentes quentes vindas do vale amazônico, com as frias, oriundas dos andes. Aconteceu como sempre acontece, um senhor estampido, aliás vários, além das camas, até a casa tremeu. Não deu outra, a diva temerosa diante do desconhecido logo voltou e bem debaixo do meu corpo cedeu a carícias maravilhosas.
O que bem comprova, que em se conhecendo e compreendendo, não só não prejudicamos a inocentes, como ainda podemos usufruir prazer do bom e melhor.
Se bem que acredito, que no caso de nosso Lula, a este usufruto, não mais adianta muito.
Embora seja democraticamente válido a qualquer um, postular ser o que quiser, encargos maiores ficam aos eleitores, que sem conivência dever analisar suas qualificações ao pleito desejado.
Apesar de espetacular, é como dizem os paraibanos, o Brasil, é mesmo da “porra” ...
(*) Linguagem Presidencial
(**) José Altino Machado é jornalista