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O segredo do desenvolvimento

O segredo do desenvolvimento

A Grécia, em 2023, teve um crescimento econômico de 3,5%. Na crise de 2012, o país foi forçado a ajustar as suas contas. Hoje, ela é um dos países que mais cresceram no bloco europeu.

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27-09-2024 às 08h:25

Soelson Araújo*

(De Atenas, Grécia, especial para o jornal Diário de Minas).                   

O Brasil tem muito que aprender e a se reciclar com o turismo internacional de países que tiveram crises socioeconômicas graves e conseguiram superá-las ao mudar a metodologia de gestão das políticas públicas.  Potencializaram aquilo que já era o fator mais importante no aumento e geração de mais divisas para seus países.     

Falo da Grécia, país com pouco mais de 10 milhões de habitantes, que há pouco mais de dez anos esteve em uma profunda crise financeira.              

Um país que domina a região Ática, além de ter uma das cidades mais antigas do mundo habitada há mais de três mil anos. 

Sem dúvida, seu maior patrimônio é a sua história a partir de Atenas, cidade poderosa no período clássico que se fortaleceu muito no passado por meio do porto de Pirieu. 

Considerada um centro filosófico, estudantil e artístico, ela foi sede da Academia de Platão e do Liceu de Aristóteles, berço da civilização ocidental e da democracia. Foi a trigésima nona cidade mais rica do mundo.                              

A Grécia, em 2023, teve um crescimento econômico de 3,5%. Na crise de 2012, o país foi forçado a ajustar as suas contas. Hoje, ela é um dos países que mais cresceram no bloco europeu.                   

Nesses dias, em Atenas, pude perceber o crescimento estrondoso do turismo local, acompanhado pelas suas ilhas paradisíacas.

Pessoas do mundo inteiro, aos milhares, em uma caminhada civilizada, chegam de forma ininterrupta nos cruzeiros e aeroportos para visitações aos principais pontos turísticos da cidade de Atenas. Com a multidão de turistas a sumir de vistas para conhecer o Patermon e, principalmente, a Acrópoles. Percebe-se nos turistas o olhar curioso a transportá-los, a todos, para os séculos antes de Cristo.

Na avenida do Patermon, artistas, músicos e cantores apresentavam as mais diversas melodias a encantar milhares de turistas.

Um em especial mereceu a minha atenção, de imediato saquei o celular para gravar um vídeo, tamanha a curiosidade que seu instrumento me despertou. (Confira o vídeo)

Rumando para a ilha de Santorine, com uma cidade construída sobre um vulcão adormecido no alto do despenhadeiro. Ao longe se avista suas casas branquinhas. Ali estão pouco mais de dez mil habitantes e que, todos os meses, sua população sobe para cem mil habitantes.

Seis cruzeiros gigantescos se atracam, fora de temporada, em seu porto todos os dias próximo a cidade.

Com o meu razoável espanhol e inglês, intermediário, ouvi dos moradores que a estrutura atual de Santorine está se colapsando porque os ajustes que o governo teve que fazer em contrapartida pela ajuda financeira da União Europeia, deu tão certo que faltou ampliar seus portos e estrutura de acolhimento.

É urgente se faça isso.                               

Uma coisa é indiscutível! A capacidade das pessoas pode levar algo ou alguém a fazer o inimaginável para buscar conhecimento, cultura e arte, expressão maior do ser humano que está na alma de cada um.

Não tem preço! Porque em síntese, é somente o que iremos ter para levarmos quando partirmos.              

Conclusão: os gestores públicos no Brasil devem abrir os olhos para o novo e para o desconhecido. Dependendo de sua descoberta e relevância pode mudar para sempre a realidade socioeconômica de um lugar ou de um povo.        

*Soelson Araújo, empresário, político, escritor, músico e diretor presidente do Diário de Minas

*NOTA: Santorini é uma das ilhas Cíclades no Mar Ageu. Ela foi devastada por uma erupção vulcânica no século 16 A.C., moldando para sempre sua paisagem ondulada. As casas brancas, em forma de cubo, das 2 principais cidades, Fira e Oia, ficam nas encostas acima da caldeira (cratera) submersa. Elas avistam o mar, as ilhas menores a oeste e as praias, constituídas de seixos de lava pretos, vermelhos e brancos. (Google)

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