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130 km pelo "caminho da lama"

130 km pelo "caminho da lama"

Mas o que é que ele inicia assim de tão importante? O leitor do Diário de Minas pergunta e a resposta é: ele e o primo dele, João Pedro, iniciaram hoje cedo, de bicicleta, o que é chamado de “caminho da lama”, o do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas.

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05-11-2023 às 08:22h.

Direto da redação

O que o biólogo Diego Lara, de 39 anos, casado, pai de uma menina, residente na bela e acolhedora cidade de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o que ele começou a fazer hoje logo cedo, certamente redundará em uma grande reportagem, por que deixará aflorar no pedal de ciclista que é, um grande repórter.

Mas o que é que ele inicia assim de tão importante? O leitor do Diário de Minas pergunta e a resposta é: ele e o primo dele, João Pedro, iniciaram hoje cedo, de bicicleta, o que é chamado de “caminho da lama”, o do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas.

Os dois saíram de Mariana, cada qual com a sua bike e durante esses dois dias irão “bicicletar” pelas localidades atingidas pela tragédia que a Vale S.A. jamais apagará da memória das pessoas, entre os rios Gualaxo do Norte e Doce. Ao todo serão dez vilarejos, distritos e cidades numa adição de 130 quilômetros.

O que os dois estão fazendo é o cumprimento de uma pauta para um repórter sagaz. Numa comparação, é o que muitos ciclistas e peregrinos fazem ao trilharem o chamado Caminho da Fé, pela Serra da Mantiqueira, até o Santuário de Aparecida (SP) quando se tem a oportunidade de estar em vários lugares a cada dia.

No caso, a diferença é que, enquanto no Caminho da Fé o objetivo é cumprir missão espiritual, “no da lama” o foco é outro, de alguém que, além de repórter, possui o olhar de biólogo dotado de senso socioambiental, de pai, de marido, e de filho também.

Este é o roteiro deles: Mariana, Novo Bento Rodrigues, Bento Rodrigues, Ponte do Gama, Paracatu de Baixo, Fazenda Gualaxo, Gesteira, Barra Longa. Fazenda Porto Alegre, Rio Doce.

Baseado no plano previamente traçado, como bom biólogo e ciclista, a intenção da dupla é a de parar a primeira etapa às 18h deste sábado, 04, a fim de dormir em Barra Longa. No domingo, 5 de novembro, quando a tragédia completa oito anos, ele e o primo completam a jornada.

E qual é a pretensão dele ao final? Reunir material sobre como estão hoje as localidades invadidas pelos rejeitos de minério, causa da morte de 19 pessoas e estragos ao meio ambiente, em 2015.

É muito interessante a curiosidade que o move, porque ele quer verificar, “in loco”, como está o processo de recuperação da área, sob todos os aspectos ambientais, culturais e sociais. “Eu vi toda a região antes, durante e agora vou ver de novo”, disse ele.

O plano dos dois é aproveitar ao máximo as paradas rápidas, apenas para comer e puxar a língua das pessoas da região. 

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