
Foto divulgada pelo Planalto da 1ª reunião ministerial de 2025. Créditos: Reprodução
26-08-2025 às 09h25
Direto da Redação*
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realiza nesta terça-feira (26.ago.2025) a segunda reunião ministerial do ano, a primeira depois da decisão do governo de Donald Trump (Partido Republicano) de impor tarifas adicionais sobre produtos brasileiros. O encontro, marcado para começar às 9h, deve se estender por cerca de cinco horas, bem menos do que os mais de sete registrados na primeira reunião, em janeiro.
Na abertura, Lula fará um discurso seguido das falas do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e do vice-presidente e titular da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB). Em pauta, o presidente pretende cobrar de cada ministério um balanço das ações programadas para 2025, mas o tema central será o impacto do tarifaço norte-americano.
As medidas adotadas por Trump já repercutem no mercado brasileiro, especialmente em setores intensivos em mão de obra, como o madeireiro, o calçadista e o de armamentos, que registraram queda nas exportações e recorreram a férias coletivas para conter custos. Como os Estados Unidos são o principal destino de manufaturados brasileiros, a pressão é ainda maior sobre segmentos que mais empregam no país.
No campo, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que as novas tarifas podem gerar perdas de até US$ 5,8 bilhões nas exportações do agronegócio. Em 2024, o Brasil vendeu aos EUA cerca de US$ 12,1 bilhões em produtos agrícolas, com destaque para carnes e grãos oriundos de estados como Mato Grosso do Sul, Goiás e interior de São Paulo.
Para mitigar os efeitos da medida, o governo federal lançou, em 13 de agosto, o programa “Brasil Soberano”. O pacote prevê R$ 30 bilhões em crédito para empresas atingidas, mas ainda não há definição clara sobre as taxas de juros a serem aplicadas. Apesar da incerteza, o Planalto aproveitou o anúncio para reforçar a narrativa de apoio ao setor produtivo e ampliar a visibilidade da iniciativa.