
Engesa, uma empresa com história na defesa nacional - créditos: divulgação
23-08-2025 às 11h00
Direto da redação
Um marco significativo para a soberania nacional e da capacidade industrial bélica do Brasil ressurge gigantescamente, neste ano de 2025, com intuito de fazer uma escrita nova para sua história e definição do futuro da defesa brasileira. Estamos falando da Engesa (Engenheiros Especializados S.A.), que há pelos menos três décadas se notabilizou por ter se mostrado na vanguarda da indústria bélica nacional.
Quem viveu e ainda possui memória boa vai se recordar de que essa gigantesca empresa foi criada por José Luiz Whitaker Ribeiro no ano de 1958 e já nasceu grande com seus blindados EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu e com essa tecnologia, o País alcançou, na década de 1980, a posição de um dos maiores exportadores de material militar. Entretanto, mudanças geopolíticas e questões financeiras decretaram o declínio da empresa, que veio à falência na década de 1990, e o setor se esvaziou.
Mais importante ainda e vale ressaltar que o ressurgimento da empresa se iniciou em 17 de março de 2025, com a entrega simbólica de Urutus modernizados doados à Brigada Militar do Rio Grande do Sul pelo Exército Brasileiro, em uma cerimônia na sede do Comando Militar Sul, em Porto Alegre (RS). São veículos anfíbios blindados, que passaram por “retrofit”, um processo minucioso, com revisão mecânica total, modernização tecnológica, além de adaptações operacionais capazes de atender demandas de operações especiais e também de cunho humanitário.
Mas quem é considerado o motor desse ressurgimento da Engesa Holding Participações Ltda? Chama-se Nelinho Pozza, tido como um líder e que acaba de assumir a direção executiva da empresa.
Como figura central deste pleito, ele é conhecido por seu profundo conhecimento e de possuir fina visão estratégica em matéria de defesa, conjunto do que foi fundamental para soerguer a gigante empresa.
Eis o essencial da biografia dele: Engenharia Agronômica pela Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos) de São Leopoldo em 2006; MBA em Gestão de Projetos e Agricultura de Precisão pela Universidade Agrícola de Cracóvia, Polônia em 2010.
Como arquiteto da estratégia de modernização e inovação da empresa, ele exalta de público a importância de explorar o legado e o potencial da Engesa de antes para desenvolver produtos novos para os mercados domésticos e internacionais. Com equipes multidisciplinares, o foco da empresa passa a ser “veículos inovadores e tecnologias exclusivas”, tendo em vista a recuperação da indústria militar brasileira.
Como exemplo se pode citar projetos como o “Hefesto”, que contém soluções de segurança e monitoramento com tecnologia militar, idealizado e executado pela “Capital Defense”, que reforçam a capacidade de transformar o que se planejou em realidade para impulsionar o atendimento do setor com tecnologia de ponta.
A empresa estruturou dois segmentos: a Engesa Auto, responsável pelo desenvolvimento e fabricação de veículos civis, militares e agrícolas, além de realizar “retrofit” em modelos clássicos como os Urutu; e a Engesa Aero, especializada em tecnologia, incluindo sistemas avançados de geolocalização, sensores, softwares específicos para defesa e equipamentos para veículos aéreos e terrestres.
A Engesa Holding não busca apenas resgatar o passado da antiga Engesa, mas construir um futuro inovador. A empresa já está trabalhando em “diversos projetos, alguns em fase avançada de testes, com foco em veículos inovadores e tecnologias exclusivas”. A aposta é recuperar a relevância da indústria militar e de segurança brasileira.
Os especialistas veem a necessidade de veículos blindados para o País. A intenção é evitar a dependência de importações, como acontecer no setor de segurança. Fabricar veículos blindados resistente a tiros e com capacidade de enfrentar qualquer tipo de terreno, para a segurança brasileira e exportação
Claro que a Engesa nova depara com desafios como o de recompor a reputação depois da inatividade, e também o de atração de investimentos e a competição com players globais. Mas o importante mesmo é que a empresa está disposta a investir pesado em pesquisa e desenvolvimento. Buscará parcerias estratégicas a fim de oferecer soluções personalizadas às necessidades do quadro nacional.
Quem tem olhos de ver percebe que o impacto da volta da Engesa tem o poder de dar impulso à cadeia produtiva. Será como um catalisador “para o ecossistema da defesa e segurança, estimulando fornecedores e outras empresas do setor”.
Vai gerar empregos qualificado para engenheiros, técnicos e especialistas em área diversas. Sem falar que à soberania nacional se assegura a reduz da dependência de importações fazendo com que o Brasil produza o que precisa para a defesa e segurança.
Podem ter “efeitos cascata” o avanço das pesquisas com a entrada de outras indústrias impulsionadas pela inovação. Como não poderia deixar de acontecer, o cenário mundial ganhará outro agente, com a introdução do País no mapa bélico e de segurança nacional.
O ressurgimento da Engesa é considerado como uma notícia boa para a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) do Brasil. Certamente irá inovar a indústria brasileira, com implicações positivas para a economia, a tecnologia e a segurança nacional.