
Governo Lula precisa deixar de lado as preferências políticas de Trump e negociar com o EUA - crédito: Agência Brasil
18-08-2025 às 14h44
Soelson B. Araújo (*)
Sem entrar n o mérito político da questão, a ausência de um acordo entre o governo brasileiro e os Estados Unidos em relação ao chamado “tarifaço” – o aumento de tarifas de importação por parte dos norte-americanos – pode gerar uma série de impactos negativos para o Brasil, tanto no curto quanto no longo prazo. A falta de consenso em um momento de tensões comerciais globais tende a prejudicar a economia brasileira, especialmente setores que dependem fortemente das exportações para o mercado norte-americano.
Uma das principais desvantagens é a perda de competitividade dos produtos brasileiros nos EUA. Com a imposição de tarifas mais altas, mercadorias como aço, alumínio, carne e produtos agrícolas podem se tornar menos atrativas para importadores americanos, que buscarão fornecedores com acordos mais vantajosos. Isso reduz as receitas de exportação e impacta diretamente o setor produtivo, podendo gerar desemprego e queda na arrecadação.
Além disso, a ausência de diálogo e entendimento com os EUA, maior economia do mundo, enfraquece a posição do Brasil no comércio internacional. O país corre o risco de ser marginalizado em negociações comerciais multilaterais e de perder espaço para concorrentes como México ou Canadá, que possuem acordos comerciais sólidos com os norte-americanos. Isso compromete o acesso a mercados estratégicos e limita as oportunidades de crescimento econômico.
Outro efeito negativo é o aumento da insegurança jurídica e da instabilidade no ambiente de negócios. A falta de previsibilidade nas relações comerciais internacionais pode afastar investimentos estrangeiros, que buscam segurança e estabilidade para operar. A percepção de um Brasil isolado em negociações comerciais importantes compromete a imagem do país como parceiro confiável.
Em resumo, não buscar ou não alcançar um acordo com os Estados Unidos sobre o tarifaço pode colocar o Brasil em uma posição desfavorável no cenário global, afetando exportações, empregos, investimentos e a imagem internacional do país. O diálogo diplomático e a negociação estratégica são essenciais para proteger os interesses nacionais e garantir o crescimento sustentável da economia brasileira.
(*) Soelson B. Araújo é empresário, jornalista, escritor e Ceo do Diário de Minas