
A percepção de melhora na renda também cresceu: 27,3%. CRÉDITOS: Reprodução
02-07-2025 às 08h20
Direto da Redação*
A intenção de consumo das famílias de Belo Horizonte apresentou leve alta em junho, impulsionada pela confiança em uma melhora nas condições profissionais e na renda. Segundo levantamento da Fecomércio MG, com base na pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o índice geral da capital mineira subiu 0,8 ponto no mês, alcançando 88,1 pontos — ainda abaixo do nível considerado satisfatório, que é de 100 pontos.
O destaque positivo ficou por conta da perspectiva profissional para os próximos seis meses, que avançou 5,8 pontos em comparação a maio, chegando a 97,8 pontos. A expectativa de melhoria na carreira é maior entre as famílias com renda acima de 10 salários mínimos: 65% acreditam em avanços, contra 43,2% das que recebem até esse valor. No total, 45,5% dos entrevistados demonstraram otimismo quanto ao futuro profissional, ante 42,6% no mês anterior.
A percepção de melhora na renda também cresceu: 27,3% dos consumidores afirmaram que a renda familiar está melhor do que há um ano, contra 26,8% em maio. Com isso, o índice de renda atual atingiu 97,5 pontos, um aumento de 1 ponto em relação ao mês anterior.
Por outro lado, a segurança no emprego apresentou leve queda, passando de 98,1 para 97,3 pontos. A comparação anual, no entanto, é mais preocupante: houve uma retração de 33,3 pontos nesse quesito. Famílias com renda até 10 salários demonstram menos confiança (93,9 pontos) em comparação às de maior poder aquisitivo (118,9 pontos). Ainda assim, a sensação de segurança teve leve avanço: 25,2% dos entrevistados se dizem seguros no emprego, ante 24,8% em maio.
O acesso ao crédito continua restrito, com queda de 0,2% em relação a maio e de 3,4 pontos frente ao mesmo período de 2024. Para 40,9% dos consumidores, está mais difícil obter empréstimos ou crédito para compras parceladas.
O nível de consumo atual caiu para 77,2 pontos — 2 pontos abaixo do resultado de maio, embora esteja 3,6 pontos acima do registrado em junho de 2024. Para quase metade dos entrevistados (47,5%), a família está comprando menos neste ano, enquanto 24,7% dizem estar comprando mais.
Já a perspectiva de consumo para os próximos meses é mais otimista, com o indicador atingindo 106,6 pontos, 4,9 a mais que em maio. Entre os entrevistados, 35,7% afirmaram que pretendem consumir mais no segundo semestre de 2025, enquanto 34,9% mantêm a expectativa de consumo estável.
Em contrapartida, o consumo de bens duráveis ainda enfrenta resistência: o índice caiu para 54,7 pontos, 1,4 ponto abaixo de maio e 3,4 pontos a menos do que em 2024. Um expressivo número de entrevistados (72,1%) considera o momento atual desfavorável para esse tipo de aquisição.
A economista da Fecomércio MG, Gabriela Martins, explica que o leve avanço na intenção de consumo está diretamente ligado às expectativas de melhora na renda e na vida profissional. “Apesar da cautela com o consumo atual e o crédito, especialmente na compra de bens duráveis, as famílias têm demonstrado mais confiança em relação ao futuro. A expectativa de aumento da renda e o alívio nas dívidas podem levar os consumidores a se sentirem mais preparados para gastar nos próximos meses”, analisa.