
A paralisação por tempo indeterminado foi iniciada na última quinta-feira 05/06/2025. CRÉDITOS: Reprodução
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10-06-2025 às 09h51
Direto da Redação*
A greve dos trabalhadores da educação impacta quase 90% das escolas da rede municipal de Belo Horizonte. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (9) pela Secretaria Municipal de Educação (SMED-BH), das 324 unidades da rede própria, 248 funcionaram parcialmente, 31 permaneceram fechadas e apenas 45 operaram normalmente. Ao todo, 86% das instituições foram afetadas.
A paralisação por tempo indeterminado foi iniciada na última quinta-feira (5), após deliberação em assembleia realizada na Praça da Estação, no Centro da capital mineira, que reuniu mais de duas mil pessoas.
O movimento faz parte da Campanha Salarial de 2025. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal (Sind-Rede/BH), embora as negociações tenham começado em janeiro, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) apresentou proposta formal apenas em 30 de maio.
A oferta da PBH inclui reajuste salarial de 2,49%, com o mesmo percentual aplicado ao vale-refeição, retroativo a maio. Está previsto ainda o aumento do vale-refeição para R$ 60 a partir do mês seguinte à aprovação da proposta. No entanto, o sindicato considera o índice insuficiente, argumentando que ele está abaixo da inflação acumulada dos últimos 12 meses e do reajuste do Piso Nacional do Magistério, de 6,27%.
“O reajuste é inferior ao de municípios vizinhos, como Santa Luzia (8%), Betim (6,5%) e Vespasiano (6,27%). Até o governo estadual reajustou os salários em 5,26%”, destacou o Sind-Rede/BH em nota. Para a entidade, a proposta desvaloriza a categoria e ignora o aumento na arrecadação municipal e os repasses do Fundeb.
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte afirmou reconhecer a importância dos profissionais da educação e destacou que todos os servidores do magistério recebem acima do piso nacional. Segundo a PBH, um professor que leciona nos turnos da manhã e tarde tem remuneração média superior a R$ 13 mil.
Ainda conforme a administração municipal, entre março de 2022 e março de 2025, os professores da Educação Infantil tiveram aumento médio de 91,4%, enquanto os do Ensino Fundamental receberam acréscimo de 69,7%, percentuais que superam a inflação do período (15,47% pelo INPC).
A PBH defende que o reajuste proposto de 2,49% recompõe integralmente a inflação de janeiro a abril deste ano e representa o limite orçamentário possível, com impacto anual de R$ 493 milhões — R$ 156 milhões destinados à Educação. A prefeitura também ressaltou que em 2024 já havia concedido reajuste de 8,04%, acima da inflação registrada naquele ano (4,77%).
Por fim, a administração municipal afirmou manter diálogo aberto com a categoria e informou ter realizado 32 reuniões com o sindicato em 2025 para discutir pautas específicas e outras reivindicações da classe.