
Uma iniciativa ambiental que reforça a importância de uma consciência sustentável - créditos: Reprodução/Instagram
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05-05-2025 às 14h44
Direto da Redação
Na Ilha de Itamaracá (PE), mãe e filha, Edna Dantas (55) e Maria Gabrielly Dantas (27), criaram a Casa de Sal, uma residência sustentável feita com cerca de oito mil garrafas de vidro recicladas, madeira reaproveitada e materiais como telhas de tubo de creme dental. Mais do que uma construção inusitada, a casa representa uma união entre sustentabilidade, ancestralidade e direito à moradia digna.
Edna, educadora socioambiental criada entre o Agreste e Curitiba, cresceu valorizando a reutilização de recursos e o contato com a terra. Gabrielly, designer de moda sustentável, herdou esses valores e os ampliou com base em sua herança quilombola e indígena. A consciência ambiental sempre foi parte do cotidiano da família, mesmo antes de ser reconhecida como ativismo.
Durante a pandemia, as duas passaram a recolher lixo das praias locais, afetadas pelo turismo descontrolado. A ideia da casa de garrafas surgiu como forma de responder criativamente ao excesso de resíduos e à falta de políticas públicas eficazes.
A Casa de Sal é mais que um lar — é um símbolo de resistência feminina, negra e periférica, além de provocar reflexões sobre sustentabilidade e a exclusão de mulheres em espaços tradicionalmente masculinos, como a construção civil.
Gabrielly ressalta que o projeto é também uma inspiração para que outras pessoas criem suas próprias soluções e tecnologias. “Se não somos convidadas, criamos nossos próprios espaços, porque temos o direito de permanecer”, conclui.