
Leão XIV podia abrir os “cofres cheios de ouro” do Vaticano para socorrer os que padecem fome na “Mãe África”. CRÉDITOS: Freepik
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16-05-2025 às 08h50
Alberto Sena*
Nem bem havia me espantado com a fala do presidente de Burkina Faso, na África, Ibrahim Traoré, por meio de carta dirigida ao Papa Leão XIV, mais espantado ainda fiquei com a fala do intelectual humanista Milton Santos.
Os dois têm – e apontaram muito bem – a solução para os males das populações pobres do mundo.
Traoré acredita, se o Papa substituído, Francisco, era como o de Assis – este que deixou a casa do pai dele, homem rico, até sem a roupa do corpo – trabalhou para os mais necessitados, já o seu substituto Leão XIV podia abrir os “cofres cheios de ouro” do Vaticano para socorrer os que padecem fome na “Mãe África” e no restante do mundo.
A revolução verdadeira, segundo Milton Santos virá de baixo para cima, a partir dos pobres, camada maior da sociedade. Mais dia menos dia isso irá acontecer até de forma espontânea, acredito.
Se os ricaços fossem mais inteligentes e soubessem ganhar mais dinheiro investiriam nessa camada mais pobre para torná-la consumidora dos seus bens e assim poderiam ficar mais ricos ainda e poderiam também não ter problema de consciência por estarem concentrando riqueza que falta a milhões de pessoas.
No caso do presidente Traoré, ele até chamou a atenção do Papa para a possibilidade de a Igreja Católica iniciar esse processo de transformação da vida no planeta a partir da distribuição de renda saída cofres do papado.
Disse que, na África, a fome mata africanos e se o Papa abrisse os cofres na prática com o intuito santo de solucionar problemas humanos, certamente a Igreja Católica assim conseguiria aumentar o seu rebanho e ao mesmo tempo estaria abrindo o coração de muitos que têm sede espiritual, mas material também, e necessitam de assistência de fato.
Tanto Traoré como Milton Santos estão dizendo a mesma coisa com palavras diferentes. E a prática desse discurso deve retumbar na casa dos que egoisticamente pensam só neles mesmos sem entenderem que poderiam de fato ser felizes se abrissem o coração e a mão.
Vamos acompanhar o desdobramento de tudo isso, enquanto ainda há tempo de se fazer alguma coisa para pelo menos reduzir as mudanças que não são só climáticas, mas deviam acontecer também no interior de cada uma das nove bilhões de almas habitantes deste planeta lindo, maravilhoso, e continuam sem saber o que fazem.
Apesar de terem por escrito e por toda forma de comunicação social, dito como proceder para viverem felizes na terra, onde a este tempo, 2025, não haveria necessitados:
“Amai a Deus sob todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”
* Alberto Sena é jornalista