
Conclave elege o novo Papa Leão 14 - créditos: Vatican News
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10-05-2025 às 09h09
Rodrigo Marzano Antunes Miranda (*)
“A amizade é a simpatia afetuosa entre as coisas humanas e divinas, com mútua estima e caridade.” (SANTO AGOSTINHO)
1. O simbólico poder do Papa: bem mais que um chefe de Estado
O Papa, por sua natureza, transita entre dois mundos: o do poder terreno, das relações diplomáticas entre Estados, e o do espírito, onde sua voz ecoa não apenas entre católicos, mas em toda a comunidade internacional. Sua palavra se inscreve no horizonte das nações como autoridade moral, capaz de influenciar e orientar, através do tempo, políticas internacionais e decisões pessoais. Ele não governa apenas pela caneta ou pelo cetro, mas pelo gesto e pelo testemunho do Evangelho.
Nesse papel, o papa se torna portador de um simbolismo que transcende as fronteiras geográficas, culturais ou políticas. Sua missão, como ensina a encíclica Fratelli Tutti, é lembrar a humanidade de sua vocação à fraternidade universal: “Sonhemos como uma única humanidade, como viajantes feitos da mesma carne humana, filhos desta mesma terra que abriga a todos”. A liderança papal, assim, adquire contornos de resistência frente ao individualismo que marca o nosso tempo, valorizando o “nós” sobre o “eu”.
O simbolismo do papado se transmite, sobretudo nesses dias conturbados, como antídoto ao divisionismo, ao fechamento e à hostilidade entre povos. O Papa é, por excelência, construtor de pontes, porque o Evangelho o impele a buscar, incessantemente, o bem comum. Frente a contextos de guerra, pandemia e desigualdade, sua palavra e seus gestos funcionam como bússola ética para toda a humanidade, sobretudo quando outras lideranças, como a de Trump, elegem a separação e a rivalidade como única resposta possível à crise.
2. Um encontro pessoal, uma experiência de escuta
Recordo com vívida emoção o dia em que, há treze anos, pude receber Robert Prevost — agora Leão 14 — em minha casa, ainda como Prior dos Agostinianos. Ele transpirava serenidade e humildade, com uma presença que era percebida na escuta atenta, mais interessada em compreender o outro do que em impô-lo uma verdade preestabelecida. Essa atitude moldou em mim a convicção de que, antes de liderar, um verdadeiro guia espiritual deve ser profundamente humano.
O encontro naquela pequena comunidade de Fé foi marcante. A postura de Prevost já indicava uma sensibilidade pastoral rara: uma busca constante por dialogar, por fazer da escuta não apenas um método, mas um princípio fundamental de sua existência. A partilha à mesa, os diálogos após a celebração, revelavam uma alma aberta, pronta a acolher, sem distinção de origens, ideologias ou credos. Lembrei-me, ao vê-lo na sacada de São Pedro, de suas palavras sobre a importância de “tornar-se próximo dos excluídos, reconhecendo neles a presença do Cristo sofredor”.
Esse testemunho pessoal é fundamental para entender porque Leão 14 será tão diferente de líderes como Trump. Enquanto alguns apostam em discursos que distanciam, alimentando suspeitas e divisionismos — como visto no endurecimento das fronteiras americanas —, a experiência de Prevost ensina que a escuta e o acolhimento são os únicos caminhos verdadeiramente cristãos. Ele será, certamente, essa alternativa evangélica, tão necessária para o mundo de nossos dias: alguém cuja autoridade vem da humildade e cuja liderança é mediada pelo serviço.
3. A eleição que ecoa profecia — alegria e esperança
O anúncio da eleição papal é sempre sinal de esperança para quem deseja a renovação da Igreja, mas neste caso traz um peso profético especial. Ao ouvir os sinos de Roma tocarem ontem após as 13h, senti uma alegria redobrada: não só pela escolha em si, mas pela confirmação de que a Igreja está alinhada ao sofrimento dos pobres e à busca por justiça e Paz social, frente às feridas do mundo contemporâneo.

O simbolismo desse momento rompe o imediato e abarca o futuro da humanidade. A eleição de Leão 14 renova o compromisso da Igreja com os marginalizados, reafirmando o que Fratelli Tutti defende ao pregar a “amizade social” como caminho de paz e enfrentamento das guerras e exclusões. Francisco, em seu legado, inaugurou um ciclo de esperança que vê nos pobres, nos descartados e nos migrantes o centro da atenção cristã — e é esse fio que Leão 14 promete continuar a tecer.
A Igreja, neste novo ciclo, reafirma seu papel de ponte entre os povos, de refúgio contra o vento das intolerâncias, de casa para todos, especialmente para quem sofre. E essa postura, mais que anúncio, é prática de oposição corajosa ao projeto de mundo de Trump: enquanto o líder americano ergue muros, fecha portas e cultiva o medo do outro, o sucessor de Pedro sonha com lares sem fronteiras, comunidades abertas e corações dispostos ao perdão e à reconciliação.
4. Francisco e seu legado: opção preferencial pelos pobres
A continuidade do legado de Francisco, agora pelas mãos de Leão 14, ganha significado especial. O pontificado anterior ficou marcado por uma irrupção profética: a opção preferencial pelos pobres, tantas vezes pregada, foi vivida no cotidiano do Vaticano, nos gestos simbólicos, nos discursos e nas decisões administrativas. Ver o novo Papa assumir essa mesma bandeira é sinal de que a Igreja compreende os “sinais dos tempos” e se compromete com o Evangelho do Reino.
Francisco já indicava em sua encíclica Fratelli Tutti que só haverá paz verdadeira se houver justiça social, denunciando uma “cultura de muros”: “Os muros são erguidos para nos separar, e quanto mais alto, maior será a ilusão de que resolveremos os problemas dividindo, esquecendo que estamos todos no mesmo barco”. Leão 14, discípulo fiel dessa tradição, começa seu pontificado evocando a ideia de pontes, contrapondo-se diretamente ao modelo de exclusão e enfrentamento defendido por líderes como Trump.
Essa opção pelos pobres, porém, não é mero discurso: é ação efetiva, anúncio de que a verdadeira paz brota do reconhecimento do outro como irmão, jamais como ameaça. Frente a projetos nacionalistas, que fomentam egoísmos e temores, o Papa erige o Evangelho como barreira contra o ódio — oferecendo ao mundo uma alternativa: a fraternidade universal. E eis o maior contraponto que Leão 14 pode oferecer em nossa era de muros simbólicos e reais.
5. O nome Leão: entre a profecia e a amizade
A escolha do nome Leão 14 reúne, em si, dimensões múltiplas de significado. Num primeiro plano, refere-se diretamente ao Papa Leão XIII, autor da histórica encíclica Rerum Novarum, documento que inaugurou a doutrina social da Igreja e encampou, já em 1891, uma defesa audaz dos operários explorados nas fábricas do capitalismo nascente. O novo Papa assim renova um compromisso com a justiça social, atualizando para o século XXI o clamor daquela magna carta: salários justos, jornada digna, organização dos trabalhadores.
Porém, em profundidade há ainda outro símbolo, mais delicado e tocante. Segundo relatos de pessoas próximas, Leão 14 teria escolhido esse nome também como homenagem ao Frei Leão, grande amigo de São Francisco de Assis: aquele que reconstruía não só igrejas de pedras, mas toda a teia da amizade e da simplicidade evangélica. Assim, mais do que buscar inspiração em modelos autoritários, o Papa se espelha em figuras de pequena força diante do mundo, mas de imenso coração diante de Deus.
Essa dupla inspiração é mais um elemento de oposição à retórica nacionalista de Trump. Enquanto o presidente americano cultua o poder fechado da nação, da autossuficiência e da separação, o Papa propõe o caminho da “amizade social”, da reconstrução dos laços rompidos, como tão bem expressa Fratelli Tutti: “O mundo só será melhor se formos melhores uns com os outros”. O nome Leão, por tudo isso, não é título de força, mas de serviço e de aliança no amor na construção coletiva da Paz no mundo.
6. Rerum Novarum: da fábrica à doutrina social
A publicação da Rerum Novarum por Leão XIII representou um divisor de águas insuperável na relação entre Igreja e sociedade. Pela primeira vez, o papado assumia voz ativa diante das injustiças da modernidade industrial, condenando tanto o liberalismo selvagem quanto o socialismo excludente. Mais ainda: oferecia princípios éticos para governar relações de trabalho, propriedade e participação social. Estavam lançadas as bases do que seria, dali em diante, a Doutrina Social da Igreja.
No contexto da revolução industrial, quando o capital se globalizava e o trabalho perdia rosto, a encíclica advertia: “O trabalho não é uma mercadoria, mas expressão da dignidade humana”. Salário justo, direito de associação e organização, proteção aos mais vulneráveis e responsabilidade do Estado tornaram-se temas centrais, fonte de inspiração para gerações de legisladores e governantes de todos os matizes.
Hoje, Leão 14 traz esse mesmo espírito para um mundo em crise: ao invés de alianças baseadas apenas no interesse nacional, ele convoca a uma fraternidade que transcende muros, reafirmando o papel da Igreja como ponte entre classes, raças e nações. Um projeto de mundo que, ao contrário de Trump, não se apoia na divisão, mas na justiça como fundamento da verdadeira paz entre todos — princípio repetido, quase cem anos depois, por Francisco em Fratelli Tutti.
7. Da revolução industrial ao século das exclusões: a perenidade de uma mensagem
A Rerum Novarum nasceu de uma época de intenso sofrimento, mas sua mensagem permanece viva em tempos de globalização e indiferença. Se antes eram fábricas e chaminés, agora são “muros virtuais” e sistemas migratórios que produzem exclusão. A essência da encíclica é a mesma: a dignidade do trabalhador é intocável, e o desenvolvimento só é legítimo se incluir, respeitar e promover todos, sem exceção.
No cenário contemporâneo, marcado por crises econômicas, pandemias e guerras, a Igreja retoma essa vocação histórica. Leão 14, ao se inspirar em Leão XIII, coloca a justiça social e a paz no centro do debate internacional, mantendo acesa a memória do primeiro alerta católico contra a exploração sistemática do próximo. A encíclica inspira políticas públicas e projetos sociais que visam, para além da caridade imediata, a transformação estrutural da sociedade.
É justamente nesse ponto que se evidencia o choque frontal com projetos como o de Trump. O presidente americano, ao priorizar interesses nacionais acima do bem comum global, reforça novos tipos de exclusão, tanto interna quanto entre países. O Papa, ao contrário, defende “uma fraternidade aberta, capaz de assumir a dor dos outros” (Fratelli Tutti), sendo a voz de um cristianismo sem fronteiras, que se faz presente sempre onde há alguém caído à beira do caminho.
8. Direitos trabalhistas: entre justiça social e Evangelho
Ao defender o direito dos trabalhadores a um salário digno, condições de trabalho humanas e organização sindical, a Rerum Novarum mostrou que a fé cristã não pode e não deve se abster dos embates sociais de cada tempo. Leão 14, ao retomar o nome de Leão XIII, recorda que a Igreja não é neutra no conflito entre opressores e oprimidos: seu lugar é sempre ao lado da justiça.
O direito ao trabalho digno, no entanto, interessa não só aos que carregam o fardo nas costas, mas a toda a sociedade. Paz sem justiça é farsa: a história já mostrou onde desembocam projetos de prosperidade que excluem, seja nos guetos urbanos, seja nas filas de refugiados. Leão 14 traz à tona a necessidade de não apenas denunciar a opressão, mas trabalhar ativamente para superá-la por meio de pontes — de diálogo, inclusão, escuta.
Esse compromisso contradiz frontalmente a política do muro, do fechamento preconizado por Trump. Se o discurso nacionalista defende o emprego apenas do “filho da terra”, o Papa recorda, em sintonia com Fratelli Tutti, que o planeta foi dado a todos e que as oportunidades não podem se limitar por laços de sangue, raça ou passaporte. O trabalho, como desafio e direito, é universal.
9. Justiça social e Estado: o papel das instituições
Uma das grandes novidades da Rerum Novarum foi afirmar o papel do Estado como garantidor do bem comum, não apenas como instrumento do poder econômico. O Estado, dizia Leão XIII, existe para promover a justiça, corrigir os excessos do capital e proteger os mais vulneráveis. Essa visão é também retomada por Leão 14, numa época em que o Estado-nação é invocado para fechar-se em si mesmo, reforçar fronteiras e rejeitar o outro.
A justiça social, ensinada pelo Magistério da Igreja, exige políticas públicas que promovam uma melhor distribuição de renda, oportunidades e direitos. O Estado é chamado a ser “ponte” e não “barreira”, instrumento de solidariedade entre povos e pessoas. Fratelli Tutti volta a insistir: a política deve ser “uma das formas mais preciosas da caridade”, opondo-se aos líderes que buscam apenas proteger seus próprios interesses.
Há aqui incompatibilidade profunda com proposições de líderes nacionalistas como Trump. Ao alimentar divisões e rivalidades, restringindo cada vez mais os processos migratórios e as trocas internacionais, o projeto trumpista mina as bases da paz mundial, que só existe onde as instituições se fazem pontes para todos. O Papa, assim, torna-se voz incômoda por defender, para além das fronteiras, uma política radical de inclusão.
10. Relevância atual: o drama das novas exclusões
A crise que atravessamos — política, econômica e sanitária — intensificou novas formas de exclusão. O desemprego, a precarização do trabalho, as migrações forçadas, a xenofobia e o racismo estrutural corroem o tecido social e desafiam a Igreja a ser profética. Leão 14 assume o bastão de um papa que não teme “meter a mão na massa”, denunciar as desigualdades e defender os excluídos sistematicamente.
A voz do novo papa será fundamentalmente uma voz de contraponto às ideologias nacionalistas e separatistas encarnadas no projeto político de Trump. Enquanto o mundo se debate entre abrir ou fechar suas portas, o Evangelho continua propondo outra solução: a radicalidade da fraternidade. Fratelli Tutti expressa isso com vigor: a paz é tarefa de todos e só será possível enquanto soubermos “reconhecer o outro como nosso semelhante”.
A relevância da missão papal é ainda mais urgente num mundo em que, diante do sofrimento, muitos optam por fortalecer muros e criar culpados, ao invés de cuidar dos feridos. O Papa, diante desse dilema, é chamado a ser uma voz de oposição — não de confronto bélico — mas de resistência evangélica, mostrando que o caminho é a inclusão, não o isolamento.
11. Paz no centro: princípio e horizonte indispensável
A paz, conforme Fratelli Tutti e tantas outras encíclicas, não é mero ideal romântico. Trata-se de uma exigência prática, enraizada na verdade, justiça e amor. Leão 14 faz do convite à paz o eixo de seu pontificado: não aquela paz frágil, mantida por armas e muros, mas a “paz desarmada”, baseada no diálogo e reconciliação profunda, que inclui e transforma para além das fronteiras nacionais.
Esse conceito, oposto à lógica do medo e da separação, retoma o princípio de que “todos habitamos a mesma casa comum” — expressão central da doutrina social recente da Igreja. A paz se constrói pelo desarmamento dos corações, não das nações apenas; por relações justas, não por estratégias de dissuasão militar. É uma paz feita de pontes, que “derruba muros e constrói laços”, conforme indica a própria Fratelli Tutti.
Ser voz de oposição, aqui, é propor um caminho novo numa conjuntura de hostilidades. Enquanto Trump declara emergência nacional para barrar voos, distingue países “bons” de “maus” e faz do medo o cimento de sua política, o Papa vai à praça pública pregar a paz universal: “nos ajude a construir pontes, com diálogo”. Ele encarna a esperança de um mundo onde a paz não tem passaporte, pois começa no encontro sincero entre pessoas.
12. Pandemia e fechamento: a tentação do isolamento
O surto do coronavírus expôs, como nunca antes, a tensão entre solidariedade global e fechamento protetivo dos Estados. A resposta de muitos governos, em especial do americano sob Trump, foi adotar medidas extremas, criar muros físicos e simbólicos, e buscar culpados fora de suas fronteiras. Essa postura, embora possa ser tecnicamente justificável em termos de saúde pública, rapidamente descambou para o unilateralismo, a hostilidade e a exclusão.
A Igreja, por sua vez, assumiu na pandemia uma postura radicalmente oposta. Em seus pronunciamentos, Francisco e agora Leão 14 insistem na ideia de que “ninguém se salva sozinho”. O Evangelho convoca cada pessoa e cada Estado a cuidar do outro, mesmo quando isso implique abrir mão de privilégios. Mais uma vez, a encíclica Fratelli Tutti foi categórica: “Uma tragédia global como a pandemia de covid-19 despertou por um tempo a consciência de sermos uma comunidade mundial”.
Portanto, o caminho apontado pelo novo Papa é o da solidariedade que não se fecha ao sofrimento distante, mas busca, na comunhão global, a verdadeira superação das crises. A voz do papa é, assim, resistência contínua ao fechamento de portas, sendo farol e modelo de diálogo e reconciliação, enquanto líderes como Trump insistem no discurso da separação.
13. Sinodalidade: a escuta alargada ao mundo
Leão 14 destaca um conceito que ganhou força nos últimos anos: a sinodalidade, ou seja, o método de caminhar juntos, igreja e sociedade, através do diálogo e da escuta mútuos. Trata-se de uma postura profundamente evangélica, que evita o autoritarismo e acredita que a verdade se encontra à medida em que todos são convidados a participar e opinar. “O todo é mais do que a parte”, diz o Evangelho; é preciso escutar a pluralidade para encontrar o caminho da unidade.
Fratelli Tutti reforça a importância dos processos participativos também na vida social e política. A verdadeira paz e justiça exigem abertura ao ouvido do outro, humildade para recomeçar sempre, mesmo diante do fracasso dos sistemas políticos tradicionais. Isso é um programa diametralmente oposto ao de líderes que desprezam organismos multilaterais, insistem na autosuficiência nacional e rejeitam o projeto de interdependência humana global.
A sinodalidade, aplicada à geopolítica internacional, desafia a todos a rejeitar não apenas os muros físicos, mas as barreiras mentais e afetivas que fragmentam o planeta. Leão 14, ao levantar essa bandeira, converge os valores da Doutrina Social da Igreja com os mais urgentes desafios do nosso tempo, oferecendo, contra o isolamento de Trump, a esperança do diálogo como único caminho possível.
14. A esperança se renova: missão e bênção universal
O drama de nosso tempo não é apenas o da pandemia ou das crises econômicas, mas sobretudo o da tentação de perdermos a esperança. Leão 14 representa, para a Igreja e para o mundo, uma renovação corajosa desse dom. Ele inaugura uma nova etapa em que a reconciliação, o diálogo e a paz são horizonte e caminho, não apenas slogans de ocasião.
Ao narrar as experiências de fraternidade vividas em Minas Gerais e ao rememorar os encontros que marcaram sua trajetória, o novo Papa se apresenta como testemunha de outro modo de habitar o mundo: um modo em que “ninguém se salva sozinho” e onde cada um é, de verdade, irmão de todos. Sua bênção inicial, mais do que formalidade, foi proclamação profética de um novo tempo: “vamos em frente, somos discípulos de Cristo… ajudem também vocês a construir pontes, com o diálogo, para sermos um só povo em paz”.
Que a presença de Leão 14 no trono de Pedro seja força inspiradora para todos os que ainda apostam nas pontes, mesmo quando o mundo inteiro repete o discurso dos muros. Que a Igreja esteja sempre ao lado dos que sofrem, e que a paz — princípio de seu governo, eixo central do Evangelho e desiderato de toda a humanidade — vença as tempestades da história, enquanto houver homens e mulheres dispostos a escutar, unir e reconstruir.
Meu coração Agostiniano bate forte e tenho certeza de rezar todos os dias pela paz é rezar por Leão 14. Viva o novo papa!
(*) Rodrigo Marzano Antunes Miranda é doutor em Cidadania, Direitos Humanos, Ética e Política da Faculdade de Filosofia da Universidade de Barcelona-UB (2025). Mestre em Direito pela UFMG (2019), especializado em Formação Política (lato sensu) PUC-RJ (2007). Graduado em Filosofia (bacharel e licenciado) PUC-MG (2005). Membro de grupos de pesquisa: – Grupo de Pesquisa dos Seminários Hegelianos (UFMG) – Grupo de Pesquisa em Estudos Estratégicos Raul Soares (UFMG) – Grupo internacional de Pesquisa em Cultura, História e Estado (UFMG-UB) – Sócio efetivo colaborador da Sociedade Hegel Brasileira- Membro da SOAMAR-MG Sociedade dos Amigos da Marinha em Minas Gerais- Assessor do Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara. Atualmente Diretor da Escola de Contas e Capacitação Pedro Aleixo do TCEMG (2025-).
Informações de Contato: – CV Lattes: https://lattes.cnpq.br/8767343237031091- E-mail: agendamarzano@gmail.com