
Ser livre é tudo de mais importante que existe - créditos: divulgação
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12-04-2025 às 10h00
Rafhael Rodrigues(*)
A princípio, a ideia de liberdade pode parecer contraditória à ideia de fazer algo que a gente não está a fim de fazer. Mas eu te convido a imaginar dois cenários:
No primeiro, você faz o que quer, come o que quer, fala o que quiser, na hora que quiser. No segundo, você pensa antes de agir. Avalia as consequências, renuncia a certos desejos imediatos em nome de algo mais sólido a médio e longo prazo. Você assume compromissos — com você e com os outros — e se preocupa com o impacto que suas palavras podem causar em quem o ouve.
Agora visualize esses dois “você”. O primeiro você está sempre metido em confusão, brigando com os outros porque falou demais, ou tomou decisões “evitáveis”. Vive cansado e fadigado pelo excesso de comida ruim, bebedeiras, noites mal dormidas e sedentarismo. E, pra piorar, está parado na vida — sem objetivos e ou com metas não cumpridas por falta responsabilidade.
O segundo você pode até ter uma rotina puxada, com desafios para organizar e cumprir horários, mas se sente mais forte e capaz. O corpo está cheio de endorfina por causa da boa alimentação e dos exercícios. E, como é uma pessoa responsável e empática, sempre tem gente com quem contar — amigos, parceiros, colegas — que confiam em você.
A questão é simples: as coisas que são boas a curto prazo, costumam ser ruins a longo prazo — e o contrário também é verdade.
Ficar em casa vendo streaming parece ótimo no começo. Mas, depois de alguns anos, essa escolha vai cobrá-lo: dores no corpo, cansaço, desânimo. Enquanto isso, a decisão de se exercitar pode parecer horrível no começo — mas com o tempo traz saúde, disposição e até um corpo bonito.
Sair para beber com os amigos todos os dias parece incrível. Mas com o tempo, isso afeta seu desempenho no trabalho, seu relacionamento conjugal e sua saúde. E aquela vontade de dizer umas verdades na cara daquele insuportável? Pode dar a sensação de leveza na hora, mas depois de muitas “verdades”, talvez você se torne a pessoa insuportavelmente grossa. Já pensou se, ao invés disso, você tentasse entender o outro lado e o tratasse com empatia? Quem sabe, a longo prazo, você não ganhe um aliado?
Se você acha que o mundo é mau e que as pessoas são ruins, para e analisa: o que você mesmo tem feito com você? Talvez o vilão da sua história não esteja lá fora.
E se, depois de refletir você percebeu que está mais para o primeiro cenário…vou te dar uma dica: Torne-se inegociável para você mesmo. Sempre que sua mente te sugerir um “desejo de ser livre”, faça exatamente o contrário, até ela entender que você está livre do domínio dela. Mostre para você mesmo que é livre e ninguém manda em você, se não a razão e o autocontrole.