
A realidade geopolítica exige prudência. CRÉDITOS: Divulgação
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26-03-2025 às 15h00
Nilso Raffagnin*
Milei diz que a América do Sul errou em rejeitar a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) porque perdemos o ciclo de maior crescimento econômico mundial
Javier Milei, presidente argentino, pode até certo ponto estar certo ao afirmar que a rejeição da América do Sul e da América Central em participar da Área de Livre-Comércio das Américas (ALCA) no período dos movimentos populares de 2001 a 2005. Segundo ele, um erro histórico. A integração pretendida das economias de nossas três Américas — com exceção de Cuba — segundo o Presidente Argentino, poderia ter impulsionado nossos países durante um dos ciclos de maior crescimento econômico da história mundial. Avalia ele que perdemos a chance de nos posicionar estrategicamente ao lado das maiores potências do continente, e o prejuízo da oportunidade perdida dessa decisão ainda ecoa em nossa competitividade global.
No entanto, a realidade geopolítica exige prudência. O próprio comportamento atual dos Estados Unidos, impondo uma verdadeira guerra comercial contra seus parceiros históricos, como México e Canadá — que, junto com os EUA, formaram o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), hoje denominado United States-México-Canada Agreement (USMCA) —, expõe a fragilidade de alianças baseadas apenas nas frágeis promessas de acordos econômicos com o país norte-americano. A política agressiva de Washington, com retaliações fiscais e migratórias sem precedentes, aos seus sócios de primeira hora na USMCA (a ex-NAFTA) demonstra que, no tabuleiro do comércio global, os interesses norte-americanos sempre prevalecerão sobre qualquer compromisso de parceria. Antes de embarcar em um alinhamento comercial irrestrito com os EUA, qualquer país do mundo hoje deve avaliar até que ponto isso não significará, no futuro, tornar-se refém de sua própria ingenuidade.
Diante desse cenário, consideramos fundamental que Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai aproveitemos este momento histórico para consolidar a vitoriosa aliança estratégica recém-formada entre o Mercosul e a União Europeia. Juntos, conformamos um mega mercado de quase 800 milhões de habitantes — uma escala comparável à da Índia —, o que nos confere um poder de negociação muito maior frente aos EUA, à China, à Rússia ou qualquer outra potência mundial.
Além disso, nossos laços históricos e socioculturais com os italianos, alemães, portugueses, espanhóis e outros povos da União Europeia são muito mais profundos do que nossa relação com a cultura norte-americana. A aliança entre Mercosul e a União Europeia irá permitir a oportunidade de estabelecer um novo marco histórico, muito mais avançado e definitivamente alinhado com nossos princípios e valores do melhor que temos até agora de nossa cultura ocidental. Todos temos que pensar que se ignorarmos essa chance novamente talvez será um custo e prejuízo de oportunidade, tão grande, ou até muito maior que o que cometemos, se de fato foi, o mesmo erro da época, ao rejeitarmos e renunciarmos um grande salto para nosso desenvolvimento na ALCA: Área de Livre-Comércio das Américas.
* Nilso Raffagnin é arquiteto, empresário e urbanista. Texto aprimorado pela inteligência artificial.
O arquiteto é brasileiro e se identifica como um “Pensador de Cidades”. Com sua esposa paraguaia a arquiteta empresária e urbanista Mariam Damen, ambos são autores e proponentes do Projeto Iguassu-Aguas Grandes – www.PROJETOIGUASSU.com – e acreditam que é possível entre Sociedade Civil e Governos, liderados por nossas autoridades nacionais maiores, estabelecermos um NOVO MERCOSUL que inicie pela Tríplice Fronteira entre a Argentina Brasil e Paraguai, alcançando o Uruguai e Bolívia pela Hidrovia e pelo Sistema Rodo-Ferroviañário o Chile e esse NOVO MERCOSUL seja cada dia mais humano, integrado, harmônico e auto sustentável
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