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Cerca de 18 dentre as 20 cidades que mais esquentaram no Brasil, são de Minas Gerais. CRÉDITOS: Divulgação
Estado de Minas Gerais é o terceiro cuja temperatura foi a que mais subiu na última década. E no caso de Belo Horizonte a temperatura média deve subir até 3°C.
12-02-2025 às 09h29
Direto da Redação*
Quem guarda lembranças do clima de Belo Horizonte décadas atrás, quando a temperatura era recomendada para tratamento de quem sofria de tuberculose? Era uma temperatura agradável, mas fria, com as primeiras quedas a partir de abril/maio, e se mantinha assim, temperada com a chegada da primavera.
É de deixar a gente intrigado com a notícia de que Belo Horizonte ficou em terceiro lugar no campeonato do calor, só perdendo para o Mato Grosso e o Amazonas. Pode-se dizer, no entanto, BH foi a capital que mais esquentou, chegando a 4,23°C acima da média. Esse esquentamento se deu ao longo da última década.
Por culpa das mudanças climáticas ou não, as projeções não são nada boas porque o Estado de Minas Gerais é o terceiro cuja temperatura foi a que mais subiu na última década. E no caso de Belo Horizonte a temperatura média deve subir até 3°C, se não houver uma adequação urbana das consequências que vêm por aí.
Os efeitos das mudanças climáticas são vistos cada vez mais concomitantemente à degradação do Centro de Belo Horizonte, sob todos os aspectos a partir do humanístico. Em quase todas as ruas se encontram pessoas dormindo nas calçadas, e o pior é que essas cenas tornaram comuns e são vistas como “normais”.
E quem conheceu BH décadas atrás, quando o Centro da cidade primava pela limpeza, não entende o que está acontecendo com a terceira capital do Brasil. A impressão que se tem é a de que a limpeza pública não está funcionando.
O que acontece em termos climáticos é um desafio para a administração pública. Daqui para a frente haverá grandes períodos de secas, calor extremo e chuvas volumosas são consequências das mudanças climáticas, que se intensificam, como informa o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Minas Gerais está entre os cinco estados que mais esquentaram no país nas últimas duas décadas, com um aumento de 1,1°C. E não acaba por aí.
Pare um pouco para refletir, o ano de 2024 – o ano passado para fica mais claro – foi o mais quente, como informa a Organização das Nações Unidas (ONU), e aqui, não foi diferente porque sentimos na pele.
Para acrescentar, o Inmet registrou que os 10 dias mais quentes de 2024, foi 0,7°C além da média de temperatura em 2014. E se esses 10 dias forem comparados com os mais quentes de 1994, a média registrada foi 1,2°C mais elevada.
Quem tem olhos de ver observa que as chuvas estão caindo de modo diferente do tradicional, chuvas intensas e fortes. Como as cidades não estão preparadas para isso, os danos são grandes, mas nem por isso podemos culpar as chuvas. Pior seria se não chovesse.
Cerca de 18 dentre as 20 cidades que mais esquentaram no Brasil, são de Minas Gerais, e a maioria do Vale do Jequitinhonha. A realidade é essa e é importante que as pessoas reflitam sobre isso e busquem maneiras de pelo menos amenizar os efeitos por intermédio de ações dos governos municipais.