Comunicar é a mesma coisa que compartilhar, vem do Latim, derivado do verbo commnicare. Parece muito fácil comunicar, não é? Basta abrir a boca. Mas não é bem assim..
25-01-2025 às 08h29
Cristiane Helena de Paula Lima Cabral*
A palavra comunicação, tem origem no latim, communicatio, que se deriva do verbo communicare, tem o significado de “compartilhar, tornar comum”. Para muitos, comunicar-se parece fácil, porém é uma tarefa mais complexa do que se imagina.
O saudoso Abelardo Barbosa (mais famoso como Chacrinha) sempre dizia “quem não comunica se trumbica” e, atualmente, vivemos em um cenário complexo em que assistimos a uma crise, não só na comunicação, mas também institucional, que acaba por provocar uma exaustão democrática, em virtude do aumento da desinformação, das notícias falsas e das meias verdades, com os algoritmos sendo utilizados para ressoá-las auxiliando para o desgaste e críticas desmedidas das instituições públicas.
E é, nesse ponto, que a comunicação, para cumprir o seu objetivo, deve ser clara, acessível e transparente para conseguir atingir o seu público, já que a linguagem é considerada uma poderosa ferramenta, capaz de reforçar ou romper com estereótipos, gerar ou eliminar barreiras, estando atrelada ao direito fundamental do acesso à informação.
Além disso, é possível perceber uma grande dificuldade, em especial dos órgãos públicos, em apresentarem as suas informações ao público leigo de forma que a linguagem seja entendível por todos. O melhor exemplo, nos últimos dias, que podemos citar foi toda a questão envolvendo o PIX, que, em decorrência de total ausência de explicações e do uso de uma comunicação clara, e, a partir da divulgação de diversas notícias falsas, o governo foi obrigado a recuar e suspender a medida.
E é por isso que não basta apenas comunicar, é preciso permitir que a comunicação chegue ao seu interlocutor final e que para que não haja qualquer tipo de ruído, devemos sempre procurar nos comunicarmos com simplicidade.
Nesse aspecto, a linguagem simples pode ser entendida como “conjunto de práticas voltadas para elaboração de textos fáceis de ler. Uma comunicação é simples quando a pessoa que lê o documento ou ouve a mensagem consegue entender o conteúdo de forma fácil, sem precisar reler o texto várias vezes ou pedir explicações sobre a mensagem”.
Portanto, o seu uso, seja pelos órgãos governamentais, ou pelos órgãos de comunicação, funcionaria como um antídoto contra a desinformação já que ela é uma ferramenta essencial para promover a transparência, a inclusão e a participação cidadã, e permitir que todos tenham o real conhecimento sobre a notícia e/ou informação.
Considerando todas as suas vantagens é preciso haver o estímulo e adoção da linguagem simples em todos os níveis de comunicação no Brasil com o propósito de se permitir uma melhor compreensão do que se é falado e escrito pelos brasileiros, evitando que caiamos nas armadilhas da desinformação.
*Mãe de duas pequenas grandes mulheres. Doutora em Direito Público Internacional pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Mestre em Ciências Jurídico-Internacionais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa-PT. Professora dos Cursos de Pós-Graduação em Direito Internacional da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Servidora do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. Professora Universitária. Contato: crishelenalima@gmail.com25-01-2025 – (…)
Cristiane Helena de Paula Lima Cabral*
A palavra comunicação, tem origem no latim, communicatio, que se deriva do verbo communicare, tem o significado de “compartilhar, tornar comum”. Para muitos, comunicar-se parece fácil, porém é uma tarefa mais complexa do que se imagina.
O saudoso Abelardo Barbosa (mais famoso como Chacrinha) sempre dizia “quem não comunica se trumbica” e, atualmente, vivemos em um cenário complexo em que assistimos a uma crise, não só na comunicação, mas também institucional, que acaba por provocar uma exaustão democrática, em virtude do aumento da desinformação, das notícias falsas e das meias verdades, com os algoritmos sendo utilizados para ressoá-las auxiliando para o desgaste e críticas desmedidas das instituições públicas.
E é, nesse ponto, que a comunicação, para cumprir o seu objetivo, deve ser clara, acessível e transparente para conseguir atingir o seu público, já que a linguagem é considerada uma poderosa ferramenta, capaz de reforçar ou romper com estereótipos, gerar ou eliminar barreiras, estando atrelada ao direito fundamental do acesso à informação.
Além disso, é possível perceber uma grande dificuldade, em especial dos órgãos públicos, em apresentarem as suas informações ao público leigo de forma que a linguagem seja entendível por todos. O melhor exemplo, nos últimos dias, que podemos citar foi toda a questão envolvendo o PIX, que, em decorrência de total ausência de explicações e do uso de uma comunicação clara, e, a partir da divulgação de diversas notícias falsas, o governo foi obrigado a recuar e suspender a medida.
E é por isso que não basta apenas comunicar, é preciso permitir que a comunicação chegue ao seu interlocutor final e que para que não haja qualquer tipo de ruído, devemos sempre procurar nos comunicarmos com simplicidade.
Nesse aspecto, a linguagem simples pode ser entendida como “conjunto de práticas voltadas para elaboração de textos fáceis de ler. Uma comunicação é simples quando a pessoa que lê o documento ou ouve a mensagem consegue entender o conteúdo de forma fácil, sem precisar reler o texto várias vezes ou pedir explicações sobre a mensagem”.
Portanto, o seu uso, seja pelos órgãos governamentais, ou pelos órgãos de comunicação, funcionaria como um antídoto contra a desinformação já que ela é uma ferramenta essencial para promover a transparência, a inclusão e a participação cidadã, e permitir que todos tenham o real conhecimento sobre a notícia e/ou informação.
Considerando todas as suas vantagens é preciso haver o estímulo e adoção da linguagem simples em todos os níveis de comunicação no Brasil com o propósito de se permitir uma melhor compreensão do que se é falado e escrito pelos brasileiros, evitando que caiamos nas armadilhas da desinformação.
*Mãe de duas pequenas grandes mulheres. Doutora em Direito Público Internacional pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Mestre em Ciências Jurídico-Internacionais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa-PT. Professora dos Cursos de Pós-Graduação em Direito Internacional da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Servidora do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. Professora Universitária. Contato: crishelenalima@gmail.com