Um caso emblemático expôs essa problemática recentemente: Atlético e Cruzeiro enfrentaram desafios logísticos e físicos significativos no início do Campeonato Mineiro.
25-01-2025 às 11h27
Rafael Baeta Neves de Souza*
As federações estaduais têm sido alvo de críticas constantes por sua incapacidade
de atender às necessidades e à realidade dos grandes clubes que disputam as
competições regionais. No contexto de Belo Horizonte, a situação é ainda mais
preocupante, com clubes como Atlético Mineiro, Cruzeiro e América enfrentando
calendários caóticos e falta de planejamento.
Um caso emblemático expôs essa problemática recentemente: Atlético e Cruzeiro
enfrentaram desafios logísticos e físicos significativos no início do Campeonato
Mineiro. O Atlético precisou utilizar o time sub-20 devido à participação em
amistosos nos Estados Unidos, o que impactou negativamente o desempenho inicial
da equipe. Já o Cruzeiro chegou de viagem na manhã de um dia e precisou entrar
em campo na mesma noite, com uma equipe mesclada. Esses episódios
demonstram o despreparo das federações para organizar um calendário que
respeite as demandas dos clubes.
Além disso, os gramados de baixa qualidade e os confrontos contra equipes de
menor expressão aumentam o risco de lesões para os jogadores, agravando a
insatisfação dos clubes com o formato atual dos campeonatos estaduais. Essa
situação não só prejudica os atletas, que enfrentam desgaste físico, como também
compromete a qualidade dos jogos e o entretenimento dos torcedores.
Esse despreparo contrasta com o contexto nacional, onde a CBF, apesar das
críticas, tem feito esforços para reorganizar o calendário e evitar conflitos graves
entre torneios. A situação em Minas Gerais destaca a urgência de uma reforma no
formato e na gestão das competições estaduais.
Especialistas apontam que os campeonatos estaduais poderiam ser mais enxutos,
com menor número de datas, visando preservar os interesses dos clubes que
também disputam competições nacionais e internacionais. Segundo o comentarista
e ex-jogador Caio Ribeiro, “Os estaduais precisam se adaptar à nova realidade do
futebol brasileiro. Não é justo que clubes grandes sejam prejudicados por conta de
calendários mal elaborados” (Fonte: Globo Esporte).
Para torcedores e clubes, a esperança é que as federações estaduais passem a
adotar soluções mais modernas e democráticas, ouvindo os principais atores do
futebol. Enquanto isso não acontece, times como Atlético, Cruzeiro e América
seguirão enfrentando dificuldades em um cenário que claramente precisa de
mudanças estruturais urgentes.