19-01-2025 às 09h09
Daniela Rodrigues Machado Vilela*
O homem é sempre um espírito de seu tempo. Mas compreender e intervir nos acontecimentos de sua própria época é sempre desafiador.
Não se vive no melhor dos mundos. Tampouco, em contextos escolhidos.
Ninguém tem ciência de quando ou onde vai nascer, então é sempre tempo de enfrentar a realidade. A indeterminação é fator posto.
Nosso tempo é caracterizado por uma grande inquietação, desorientação, falta de modelos de referência. Nada é linear, previsível.
Trata-se de uma época caracterizada por formas diferentes de beleza. Desafiadora em possibilidades e potencialidades.
Percebe-se sempre, vida e beleza no não linear, no novo, no desafiador.
A linguagem do tempo presente é, particularmente, também, fragmentada, incoerente, falha.
O mundo clama, por indivíduos, em que a inteligência teórica e a prática se combinem, se encontrem.
A vida é breve. Tudo que nela acontece é de múltiplas e imprevisíveis facetas.
A estética dos acontecimentos é como uma colcha de patchwork. Todos vêm sua existência como um emaranhado de coisas.
Para criar, é necessário ser um espírito liberto de amarras, de convencionalidades excessivas. O homem livre concebe intelectualmente algo e lhe propicia concretude. A criatividade pressupõe rupturas, desafios, um refazer constante, lidar com mudanças, quebras paradigmáticas.
Clama-se que todos os indivíduos percebam e potencializem o encontro da criatividade com a fantasia e, disto resulte, a concretude do possível.
*Doutora, Mestra e Especialista em Direito pela UFMG. Atualmente, residente Pósdoutoral pela também UFMG, com financiamento público da FAPEMIG. Professora convidada no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Minas Gerais.