Ai de nós se não fossem as chuvas. Jamais devemos reclamar delas; pelo contrário, devemos sempre agradecer por elas e que caiam mais, muito mais, principalmente nas cabeceiras dos rios
23-12-2024 às 08h31
Bento Batista*
A melhor notícia deste domingo, 22, veio do céu: chuva. Em um mundo pesado como este que carregamos como se fossemos o mitológico Atlas, foi muito bom ser acordado dentro da madrugada pelos ruídos característicos dos pingos de chuva sobre a copa das árvores do Parque Santo Antônio.
Neste período marcado pelo tempo chuvoso, aqui por essas plagas não aconteceu uma chuva tão intensa e prolongada como essa da madrugada de domingo. Até lembrou os tempos melhores vividos antes desta fase em que nós e o mundo vivemos com as mudanças climáticas.
Evidentemente, as chuvas atrapalharam o programa de muita gente, numa cidade como essa BH, de mais de 2,3 milhões de habitantes. Caso específico dos expositores da Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena.
Mas, ali pelas 10h30 a chuva há havia dado uma trégua, prometendo cair mais, para o bem de todos nós, porque a neblina cobria parte da Serra do Curral, que se pode ver daqui. A gente sabe, por experiência própria e sabedoria herdada pelos nossos antepassados, que, “neblina na serra é sinal de chuva na terra”.
E ai de nós se não fossem as chuvas. Jamais devemos reclamar delas; pelo contrário, devemos sempre agradecer por elas e que caiam mais, muito mais, principalmente nas cabeceiras dos rios, a fim de garantir os nossos reservatórios e as hidrelétricas.
As chuvas ao caírem são na verdade bênçãos. Se porventura causam problemas aqui embaixo, é porque as cidades não estão preparadas para recebe-las bem. BH já devia estar capacitada a recolher as águas das chuvas para uso vários em serviços urbanos.
Uma ação do tipo tem uma série de vantagens, principalmente poderia evitar as enchentes em pontos considerados crônicos, já mapeados pela prefeitura, certamente.
A capital mineira precisa ser requalificada e preparada para os desafios pós 2030. Quem está conectado sabe que um mundo novo virá, mormente no concernente à mobilidade modal.
E a prefeitura, por meio de suas assessorias específicas, devem ficar de olho na recuperação das bacias hidrográficas dos nossos rios, a fim de garantir as nossas reservas de água.
O prefeito Fuad II sabe tanto quanto todos nós, o elemento água já é e será muito mais motivo de disputa porque será escassa, até que o “modus operandi” humana das operações mundiais mude para todos terem um “modus vivendi” de qualidade.
*Jornalista e escritor