Dívida estranha essa, dos governos mineiros com a União. Por que não se apurou como se formou ao longo dos governos e até mesmo o de Zema, que não pagaram a dívida bilionária?
19-12-2024 às 08h32
Direto da Redação
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) serão transferidas à União, com o fito de abater a dívida do Governo mineiro de R$ 165 bilhões.
Foi o que anunciou nesta semana o governador de Minas, Romeu Zema estimulado pela aprovação do projeto que autoriza a renegociação das dívidas de estados devedores, o chamado Propag. Isso não é nenhuma novidade, mesmo porque o governador já vinha ameaçando privatizar Cemig, Copasa e Codemig, e a aprovação do projeto funcionou como uma tábua de salvação, porque ele vinha com essa dívida atravessada no seu caminho.
O mais estranho em meio a tudo isso é o mistério de como essa dívida foi formada ao longo dos governos. Seria importante para os mineiros, que nada têm a ver com essa dívida, que o governador Zema se interessasse em apurar a formação dela.
Uma dívida dessa, que o próprio Zema ajuda a aumentar de volume porque ele mesmo faz o que os governadores que o antecederam fizeram. E seria importante também saber quem gastou e em quê.
Zema disse: “O que nós queremos é que a União considere os ativos do Estado, que serão transferidos e o valor abatido. No caso de Copasa e Cemig, esse valor é de mais fácil definição, porque são empresas abertas, cotadas em bolsa de valor, então você tem um valor muito mais objetivo”.
O governador acredita que, no concernente à Cemig, a empresa deverá ser trasmudada em “Corporation”, até porque a União não pode assumir riscos com essa transferência, de mecanismo de “tag along” (ir junto) e outros semelhantes.
Na condição de “Corporation” acaba esse risco e a União fica com as ações que hoje pertencem ao Estado, recebendo os dividendos de uma empresa bem estruturada, é lucrativa e tendo em posse as ações”, disse.