Reforma do vapor vai de vento em popa

Quando o vapor for reinaugurado, certamente a movimentação dele será só para passeios turísticos, mesmo porque as águas do Rio São Francisco já não são capazes de oferecer navegação como antes

27-11-2024 às 09h:37

Direto da Redação

O Diário de Minas, em sintonia com as aspirações da população de Pirapora, no Norte de Minas, assumiu a defesa da reforma do Vapor Benjamim Guimarães, que foi motivo de uma série de inquietações, dúvidas e coisas do gênero. O que na verdade não deve nem ser levantado porque, afinal de contas, o vapor, o único no mundo movido a lenha, deve ficar “novinho” ali pelos meses de abril/maio, quando dará o primeiro apito para tocar a alma dos piraporenses, numa festa animada por banda de música, e com a participação da Marinha Brasileira, que tem o vapor como um dos seus símbolos, no caso, do mar das águas interiores.

Evidentemente, o vapor não navegará as águas do Rio São Francisco até a Bahia, como fazia antigamente e um grande número de pessoas moradoras de Pirapora já viajou nele, teve a oportunidade de contemplar as suas margens, e guardam o seu apito na alma. Mas será recuperado como toda a população do município torceu e torce.
O que possibilitou a reforma do vapor desta feita foi o investimento da Eletrobras, de R$ 5, milhões, a fundo perdido, o que depois de idas e vindas acabou por se tornar uma grande negociação do prefeito reeleito Alex César (União) que estava preste a fazer empréstimo para a Prefeitura arcar com as despesas, mas conseguiu a verba da Eletrobrás.

Quando o vapor for reinaugurado, certamente a movimentação será só para passeios turísticos, mesmo porque as águas do Rio São Francisco já não são capazes de oferecer uma navegação como no tempo de antigamente.
Ademais, as previsões sobre o chamado Rio da Integração Nacional são boas, se for levada em consideração e reflexão um estudo científico feito por cientistas nordestinos, que percorreram o rio das nascentes à foz, chegaram à conclusão de que o São Francisco seca quando 2030 chegar.

Claro, está – se isso de fato se consumar – que culpados e inocentes que contam com as águas do rio São Francisco, independemente de ser indústria ou gente ribeirinha, todos receberão de volta o bumerangue lançado entra ano sai ano, durante décadas, e que matou a galinhas dos ovos de ouro, como conta a fábula antiga, quando as pessoas tinham mais responsabilidade e respeito uns pelos outros e com a Mãe Natureza.