Quem tem ouvidos pode até não ver, mas ouve o canto dos passarinhos numa caminhada rumo ao Parque das Mangabeiras, por exemplo. Caminhada gostosa deve ser feita logo cedo
O fenômeno acontece já faz tempo. Mas cresce com o passar dos dias e podia ser considerado positivo, não fosse o fato de a causa dele ser altamente prejudicial à biodiversidade da vida. Pássaros da fauna silvestre invadem Belo Horizonte.
Quem tem olhos para enxergar e disposição para sair do sedentarismo e andar pelas ruas da cidade, principalmente na parte da manhã, encontra passarinhos, longe dos seus ninhos, em busca de comida no perímetro urbano.
Sabiá, pássaro-preto, alma de gato, rolinha, canário, bem-te-vi, sofrê, pomba juriti, entre outros são vistos nas ruas da cidade fugindo do fogo destruidor do habitat deles, em busca de lugares onde possam encontrar comida.
Quem tem ouvidos pode até não ver, mas ouve o canto dos passarinhos numa caminhada rumo ao Parque das Mangabeiras, por exemplo. Caminhada gostosa deve ser feita logo cedo, porque as manhãs parecem possuir mais magia do que o restante do dia.
Em se estando a caminhar a dois é bom; mais de dois há dispersão. Atrapalha a oportunidade de fazer reflexões. Caminhar é exercício completo: ótimo para o espírito, excelente para a mente e muito bom para a memória e o corpo, principalmente quando a avaliação dos resultados é positiva. E por falar em resultados, estes não surgem da noite para o dia.
Uma vez alguém disse: “É na juventude que nos preparamos para a velhice”. A frase ecoou fundo, como no fundo batem as frases verdadeiras. Isto, em outras palavras, significa: investimento em nós mesmos.
É como guardar dinheiro na poupança. Com uma diferença: no caso de “se preparar para a velhice” significa poupança mais valiosa ainda porque o investimento é em saúde do espírito, da mente e do corpo.
Aprendemos a não trocar uma boa caminhada por ida de carro a determinados lugares. E não queremos com isto contar vantagem. Mas estimular a quem estiver predisposto a fazer alguma atividade física.
Fomos e voltamos a pé da Praça Cairo, no bairro Santo Antônio, ao Parque das Mangabeiras.
No parque entramos pela portaria da praça Portugal e fizemos o circuito de oito quilômetros, lá dentro, e retornamos pelo mesmo portão. Pudemos apreciar os micos a pularem de galho em galho e a assobiar até chegar próximo de nós, ao alcance da mão, solícitos, à espera de algo para comer.
Mas não lhes demos nada para comer porque não se deve dar comida senão eles perdem o costume de buscar o alimento no mato.
Andamos, contemplamos a mata cerrada que derrama a energia vital, “prana” chamada, que nos lava a alma, para termos uma semana de graças e bênçãos dos céus.
Nós somos frutos dos nossos pensamentos. Somos fisicamente o resultado da qualidade da água bebida e da alimentação consumida. Se você revelar os seus pensamentos; disser sobre a qualidade da água e da alimentação consumidas a cada dia, torna-se possível dizer quem você é ou como vai a sua saúde.
Quem muito lastima corre o risco de atrair os frutos negativos da lamúria doentia. Da mesma forma, o que você teme pode acontecer. Temor grande e permanente materializa o problema.
A energia gasta para encher a cabeça de minhocas é a mesma para pôr na cachimônia pensamentos positivos e elevados. É preciso usar a cabeça em benefício próprio (e em favor dos que nos cercam) senão criamos um inimigo dentro de nós mesmos.
O primeiro passo na direção duma transformação é promover uma faxina mental. Vigiar e controlar os pensamentos. Antes, porém é preciso retirar do coração o ódio, o rancor, a mágoa, a tristeza, a angústia etc.
Perdoar é o verbo a ser conjugado daqui para frente. Perdoar a si mesmo (a) e aos outros e pedir perdão a Deus pela estupidez etc.
A caminhada transforma as pessoas. Mais salutar ainda é quando se tem a oportunidade de caminhar em lugares como o Parque das Mangabeiras. Enquanto andamos conversamos mentalmente com Deus.
Pode até parecer monólogo, mas não é um diálogo. Deus responde por meio do bulício do vento, ou do rolar das águas límpidas do córrego do parque ou por intermédio do canto dos passarinhos ou do assobio dos micos e também do bater de asas dos jacus.
Quem sabe traduzir a voz do vento ou lê com facilidade o dizer das águas, e interpreta com fidelidade o canto dos passarinhos, não duvida: tudo são vozes de Deus em resposta às orações e às invocações para Ele ter pena de nós e da humanidade inteira, que, hoje, sabe muito bem o que faz – quer se autodestruir.