03-12-2025 às 13h10
Samuel Arruda*
Uma operação conjunta do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Receita Estadual, Receita Federal e forças policiais foi deflagrada na manhã desta terça-feira (2) para desmontar um amplo esquema de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica que, segundo as investigações, envolvia mais de 100 empresas dos setores atacadista e varejista. Entre os estabelecimentos que teriam recebido mercadorias provenientes das fraudes está a rede de supermercados Coelho Diniz.
A “Operação Ambiente 186” cumpriu mandados de busca e apreensão na Região Metropolitana de Belo Horizonte e no Centro-Oeste de Minas Gerais. Celulares, documentos, equipamentos eletrônicos e veículos de luxo foram recolhidos, e a Justiça determinou a indisponibilidade de bens no valor de R$ 476 mil.
Segundo o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira-MG), o grupo utilizava empresas de fachada — as chamadas “barrigas de aluguel” — para emitir notas fiscais falsas e simular operações interestaduais. As notas indicavam vendas para fora de Minas Gerais, reduzindo a tributação, mas os produtos eram enviados para redes de supermercados dentro do próprio estado, incluindo o Coelho Diniz.
As investigações, que já ultrapassam 18 meses, apontam um prejuízo superior a R$ 215 milhões em ICMS não recolhido. Além da sonegação, o grupo também manipulava preços para ampliar os lucros ilícitos, afetando a concorrência e causando danos aos cofres públicos.
Entre os alvos da operação está o publicitário Marcos Valério, condenado pelo STF no caso Mensalão, identificado pelo MPMG como
*Samuel Arruda é jornalista e articulista

