A velha política e os políticos carreiristas - créditos: Blog do Willamar Jr
23-11-2025 às 15h25
Anna Marchesini*
A narrativa da jovem que descobre que o temido Mágico é apenas um homem comum escondido atrás de uma cortina serve como metáfora precisa para o cenário político nacional. Tal como o personagem, muitos líderes apresentam discursos grandiosos e promessas irreais, mas, ao assumirem o poder, revelam-se frágeis, contraditórios e guiados por interesses particulares.
O comportamento do eleitor também entra em pauta. O Brasil alimenta um ciclo vicioso: defende políticos como se fossem salvadores, mesmo quando estes se revelam incapazes ou omissos. A idolatria política, muitas vezes, transforma o cidadão em cúmplice dos próprios algozes.
Com as eleições de 2026 se aproximando, a responsabilidade se intensifica. O voto é um instrumento de poder que pertence ao eleitor — e não o contrário. A ideia é simples, mas frequentemente esquecida: são os políticos que precisam do povo, não o povo que precisa dos políticos.
A orientação é antiga, mas permanece atual: não venda seu voto, não brigue por políticos. Brigue por sua comunidade. O país muda a partir do bairro, da escola, do posto de saúde, da segurança pública, dos espaços de convivência. Questionar o destino dos impostos deveria ser hábito, não exceção.
O Mágico de Oz deixa uma lição clara: a força não vem de fora, vem de dentro. Nenhum líder carrega poderes sobrenaturais — é a sociedade, organizada e consciente, que promove mudanças reais.
Em 2026, o voto precisa ser mais que um ato burocrático. Deve ser um gesto de consciência, de responsabilidade e de esperança. Vote pelo país que você deseja construir, não pelo que tentam convencer você a aceitar.
No fim das contas, o verdadeiro Mágico de Oz somos nós — e talvez esteja na hora de puxar a cortina e assumir o protagonismo do próprio destino.
Anna Marchesini é presidente do Instituto Elo de Cidadania

