Créditos: Jonathan Campos/AEN
10-11-2025 às 11h08
Direto da Redação*
O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) confirmou nesta segunda-feira (10) que três tornados atingiram a região central do estado na última sexta-feira (7). A nova análise, baseada em medições de campo e dados de sistemas meteorológicos, apontou ventos que chegaram a 330 km/h — acima da estimativa inicial de 250 km/h.
Os fenômenos ocorreram nos municípios de Rio Bonito do Iguaçu, Guarapuava e Turvo, sendo o primeiro o mais devastado, com cerca de 90% das construções destruídas. Guarapuava e Turvo ficam a cerca de 130 km e 166 km de distância de Rio Bonito do Iguaçu, respectivamente.
De acordo com o Simepar, as condições meteorológicas — como alta umidade, calor intenso e mudanças na direção dos ventos em diferentes altitudes — criaram o ambiente ideal para a formação de tempestades severas e tornados.
Detalhes dos tornados
- Rio Bonito do Iguaçu: o tornado surgiu a partir de uma supercélula, considerada o tipo mais severo de tempestade. O fenômeno foi classificado como F3 na escala Fujita, com ventos estimados entre 300 km/h e 330 km/h, e causou destruição generalizada na área urbana.
- Guarapuava: o tornado atingiu principalmente o distrito de Entre Rios, sendo classificado como F2, com ventos próximos de 250 km/h.
- Turvo: também registrado como F2, teve ventos de aproximadamente 200 km/h, afetando a região ao sul da área central do município.
Vítimas e reconstrução
O balanço mais recente indica seis mortes — cinco em Rio Bonito do Iguaçu e uma em Guarapuava —, além de pelo menos 750 feridos que precisaram de atendimento médico. A Secretaria de Estado da Saúde informou que 22 pessoas permanecem hospitalizadas.
Em Rio Bonito do Iguaçu, cidade com cerca de 14 mil habitantes, o prefeito Sezar Augusto Bovino declarou que o município precisará ser reconstruído praticamente do zero. O governo estadual anunciou o repasse de R$ 50 milhões do Fundo Estadual de Calamidade Pública (Fecap) para auxiliar as famílias atingidas. Cada residência destruída poderá receber até R$ 50 mil, conforme projeto aprovado em regime de urgência na Assembleia Legislativa do Paraná.
O INSS também autorizou a antecipação de benefícios assistenciais para moradores da cidade, e as provas do Enem foram adiadas devido à destruição das escolas locais.
“Cenário de guerra”
O subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Jonas Emmanuel Benghi Pinto, descreveu a situação de Rio Bonito do Iguaçu como um verdadeiro “cenário de guerra”.
Entre os relatos mais marcantes, Antônio Gieteski, filho de uma das vítimas, contou que o pai morreu após a casa em que estava ser arremessada pela força dos ventos.
O Simepar segue monitorando as condições climáticas na região, que ainda apresentam instabilidade após os eventos extremos.

