Créditos: oto: Reprodução/Innospace
08-11-2025 às 09h11
Direto da Redação*
Para disparar o foguete HANBIT-Nano, da empresa sul-coreana Innospace, que colocará em órbita cinco satélites e realizar três experimentos tecnológicos dos quais instituições brasileiras e indianas participam, serão necessários o adjutório de 400 profissionais militares e civis, sob a coordenação do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
É com esse aparato todo que a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Agência Espacial Brasileira (AEB) registram o primeiro lançamento espacial comercial da história do Brasil por meio da “Operação Spaceward 2025”, realizada no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.
Todo esse investimento significa, na verdade, “um marco técnico e operacional para o Programa Espacial Brasileiro (PEB)”, operação que demanda tantos militares e civis, inclusos engenheiros, técnicos e especialistas em áreas de telemetria, segurança, comunicações, medicina aeroespacial, prevenção de interferências eletromagnéticas e controle de qualidade.
E quanto ao foguete HANBIT-Nano em si, dois são os estágios dele e a propulsão híbrida (sólido e líquido), com 21,9 metros de comprimento, 1,4 metro de diâmetro e peso total de quase 20 toneladas.
Importante frisar que foi desenvolvido pela Innospace e tem capacidade para até 90 quilos de carga útil, pronto para lançar em órbitas baixas pequenos satélites.
Coronel Aviador Clóvis Martins de Souza, Diretor do CLA, acredita ser esta fase simbolicamente o início de uma era nova para o País.
São palavras dele: “Hoje, iniciamos uma fase histórica ao coordenar o lançamento inaugural do HANBIT-Nano, um foguete com carga majoritariamente brasileira. Esse marco demonstra nossa maturidade técnica, soberania operacional e capacidade de liderar operações complexas, atrair parcerias internacionais e impulsionar o desenvolvimento tecnológico do País”.
Com a execução dessa operação, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) se consolida como um dos principais “espaçoportos” do mundo. Importante enfatizar que possui uma privilegiada localização geográfica, próxima à linha do Equador, e isso tem a vantagem de redução em termos de eficiência e, claro aumento nas missões orbitais.
Para chegar a esse ponto, foi necessário cumprir rigorosos critérios de segurança, sustentabilidade ambiental e não interferência na política externa e defesa nacional.
Então, o foguete recebeu autorização de lançamento tanto da Agência Aeroespacial da Coreia do Sul (KASA) como também da Agência Espacial Brasileira (AEB). Em outras palavras, isso significa um grande reforço na credibilidade internacional do Brasil no setor aeroespacial. E sinaliza a integração entre diplomacia, ciência e defesa.
É importante informar também que o lançamento do HANBIT-Nano representa o primeiro voo comercial de um veículo espacial a partir do território brasileiro. E isso marca simbolicamente a entrada efetiva do Brasil nesse restrito mercado mundial de lançamentos de foguete espaciais.
Entre as instituições brasileiras participam desse esforço a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com dois pequenos satélites de monitoramento; a Agência Espacial Brasileira (AEB), com dois nanossatélites e um sistema de navegação inercial desenvolvido em parceria com a UFSC e empresas do setor espacial (Concert Space, Horuseye Tech e Cron); e a empresa Castro Leite Consultoria (CLC), com um sistema de navegação por satélite (GNSS) e outro de navegação inercial.
Em âmbito internacional, a cooperação inclui também a Grahaa Space, indiana. A empresa é responsável por um dos pequenos satélites embarcados. Os experimentos serão expostos a condições de microgravidade, com foco em pesquisa climática, desenvolvimento tecnológico e educação aeroespacial.
O Brasil com o Spaceward 2025 se firma definitivamente como referência na América Latina, no setor espacial, combinando uma tríade fundamental, defesa, inovação e desenvolvimento científico.

