Símbolo original da Cop30 - créditos:Agências Ronabar, Pará de Notícias e Belém

06-11-2025 às 09h25
Jornalista Roberto Barbosa* diretamente de Belém (Pará) para o Diário de Minas
A cidade de Belém do Pará, conhecida como Metrópole da Amazônia, sedia, a partir desta quinta-feira, 6, a Cúpula dos Líderes do Mundo, evento que antecede a realização da Conferência Mundial sobre o Clima da Organização das Nações Unidas (ONU). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive, sancionou a lei que transfere temporariamente a capital do Brasil para Belém, enquanto se realizam aqui todos os eventos diretos, indiretos e paralelos à COP 30.
Com clima equatorial quente e úmido, a cidade apresenta temperaturas médias entre 33 °C e 23 °C e vive, neste momento da COP 30, o chamado Verão Amazônico, período em que chove menos na região Norte do Brasil. No entanto, é importante ressaltar que, no Estado do Pará — especialmente em Belém —, não há estações do ano como nas demais regiões do país. Existem apenas duas: uma mais chuvosa, chamada inverno, e outra menos chuvosa, o verão.
Independentemente das questões de estações, tempo e clima, Belém é uma cidade desenvolvida, comparável às grandes capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba.

Com uma população de cerca de 1,3 milhão de habitantes e área territorial de 1.059 km², Belém foi fundada em 12 de janeiro de 1616. É conhecida por sua rica cultura, especialmente a gastronômica, celebrada em prosa, verso e música que exaltam o açaí, o tacacá e a maniçoba, além das farinhas de mandioca e tapioca. Também são marcantes suas lendas urbanas, como as da Matintapereira e da Cobra Norato, muito lembradas neste mês da tradicional festa norte-americana de Halloween, o chamado Dia das Bruxas.

Mas, se por um lado Belém é lembrada por sua cultura, por outro, destaca-se também por sua rica história, desde o ciclo da borracha até as demandas políticas do início do século XX, como a disputa entre o jornalista, senador e intendente Antônio José Lemos e Lauro Sodré; passando pela fase do governador Magalhães Barata e pelos embates entre o então governador Alacid Nunes e o senador Jarbas Passarinho, ambos figuras de destaque durante o regime militar de 1964.
Na religiosidade, o maior destaque é o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, que neste ano chegou à sua 233ª edição. Realizado no segundo domingo de outubro, o Círio é a maior manifestação de fé mariana do Ocidente, reunindo, em um único dia, cerca de 2,6 milhões de pessoas em uma procissão de 3,6 quilômetros, entre a Catedral Metropolitana de Belém e a Basílica Santuário de Nazaré. O trajeto passa por pontos importantes, como as geleiras e a doca do Ver-o-Peso, onde se encontram o tradicional Mercado de Ferro, a Pedra do Peixe e a maior feira a céu aberto da América Latina, às margens da Baía do Guajará.

É nessa região que Belém nasceu — a cidade que recebeu cerca de R$ 5 bilhões em recursos federais, estaduais e municipais para abrigar a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, que começa na próxima segunda-feira, dia 10, e se estende até o dia 21.
Por aqui passarão os maiores líderes mundiais, que serão recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo governador do Pará, Helder Barbalho, e pelo prefeito de Belém, Igor Normando, além de toda a hospitaleira população belenense.
O grande benefício da COP 30 será a infraestrutura criada para o evento, o chamado “Legado da COP 30”, que permanecerá para o usufruto e a prosperidade da população.

*Roberto Barbosa é jornalista
Imagens: Agências Ronabar, Pará de Notícias e Belém

