
Serra da Gandarela - créditos:
19-10-2025 às 11h00
Alberto Sena*
Enquanto o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva reage ao presidente dos Estados Unidos da América do Norte dizendo que o Brasil é “democrático e soberano”, na surdina, a empresa mineradora Vale S.A., que já foi de capital nacional, demonstra na prática a incongruência do que é apregoado teoricamente pelo governo federal.
Hoje, a empresa é de capital misto, mas com grande participação de capital estrangeiro, norte-americano principalmente, e também de investidores nacionais. Portanto, de capital aberto.
Um tanto fechado, e na surdina, são as atitudes contrárias à preservação do meio ambiente adotadas pela empresa, como se fosse a toda poderosa, afrontando até mesmo a soberania nacional apregoada por Lula, ao tentar explorar o Vale do Gandarela, onde está o manancial de água da Grande Belo Horizonte. A essa altura da tentativa de abuso da empresa, BH corre o risco de ficar sem água, se perdurar a arrogância e a capacidade de afrontar as leis ambientais como vem fazendo a Vale S.A.
As reações contra as intenções da empresa apontam-na como praticante de “crimes ambientais”. As pessoas que cuidam da preservação do meio ambiente não entendem o porquê de não ser impedida por nenhum órgão da justiça nem das autoridades responsáveis pela preservação ambiental.
A Vale S. A. tem pela frente uma instituição “Gandarela – Salve Ganda” que protesta contra as intenções da mineradora por causa do Parque Nacional da Serra do Gandarela e defende a preservação devido a importância para o abastecimento de água, a biodiversidade e o ecossistema da região Metropolitana de Belo Horizonte.
A instituição “Gandarela – Salva Ganda” intensifica a sua luta mormente em torno do chamado projeto “Apolo” da Vale, que representa ameaça por causa dos seus potenciais impactos socioambientais. Trata-se de uma reserva natural de água e a Vale S. A. afronta a tudo e a todos, até mesmo o governo federal e a soberania nacional, ao tentar explorar mineração na área pondo em risco a sustentação de milhões de pessoas.
Na internet se pode deparar com reações contra as pretensões da Vale S.A. que só pensa no que poderá apurar na exploração de minério de ferro da região, sem se importar com a possibilidade de comprometimento do fornecimento de água para a população, por mais que alegue o contrário.
Então, eis aqui algumas reações de centenas de outros, da parte de quem não concorda com a atitude da empresa:
“É lastimável que um crime ambiental dessa magnitude não possa ser impedido por nenhum órgão da justiça! A Vale já destruiu grande parte do Rio Doce, a ganância não tem limites. Parem essa mineradora”.
É claro que a empresa nega toda e qualquer dano ao meio ambiente dizendo que a exploração se dará fora da área do parque e respeitará todas as normas ambientais prometendo uma “exploração com técnicas futuristas”, o que os ambientalistas não acreditam porque a preservação da área externa do parque faz parte da sua sobrevivência e não se pode minerar.
Mas os protestos são muitos na internet, como este:
“Fora Vale, que está destruindo tudo. Estraga Minas Gerais, mas os proprietários moram no exterior. São vários assassinatos numa mesma agressão ao meio ambiente. Vale destrói para poucos lucrarem bilhões”.
“Nossos governantes estão cientes, nossa população alienada. Já falta água em muitos lugares, e nas grandes cidades a água é reciclada, cheia de cloro, flúor e não hidrata, envenena devagar!
Mais:
“Enquanto houver corrupção, o risco será real. Segue a destruição feita pela Vale sem interferência e com a conivência das autoridades”.
(*) Alberto Sena é jornalista