
IGAM faz alerta sobre desabastecimento de água - créditos: IGAM
13-09-2025 às 08h48
Direto da Redação
“Situação Crítica de Escassez Hídrica Superficial” é o alerta que o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) faz relacionado com um trecho do Médio-Baixo e Baixo Rio das Velhas, o que gerou redução para usuários outorgados na captação.
Segundo o mesmo IGAM, o alerta é dirigido a postos de monitoramento fluviométrico de Várzea da Palma e Ponte do Licínio, o que causará impacto para os municípios de: Lassance, Gouveia, Corinto, Curvelo, Augusto de Lima, Diamantina, Várzea da Palma, Datas, Santo Hipólito, Buenópolis, Presidente Juscelino, Santana de Pirapama, Morro da Garça, Santana do Riacho, Monjolos, Presidente Kubitschek, Baldim, Conceição do Mato Dentro, Congonhas do Norte e Inimutaba.
A medida restritiva foi tomada depois de um monitoramento feito durante sete dias consecutivos registrar que a estação de Várzea da Palma teve vazões iguais ou inferiores a 70% da Q7,10, o que, baseado nas normas estaduais se configura o estado de restrição. Assim, o IGAM se obriga a reduzir imediatamente as captações de água em todas as outorgas da área referida em: 20% para consumo humano, dessedentação animal e abastecimento público; 25% para irrigação; 30% para consumo industrial e agroindustrial; 50% para outras finalidades consuntivas, com exceção de usos não consuntivos.
Essa situação vai perdurar por 30 dias e temporariamente estão suspensas as emissões de outorgas novas de uso consuntivo, o mesmo acontece com as solicitações de aumento de vazão ou volume captado na área afetada.
Quem não cumprir com as restrições terá os direitos de uso suspenso até o fim da portaria vigente. Valter Vilela, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) a situação tem se repetido e é um sinal de que a região vive fragilidade hídrica. “Todos os anos, no período seco, virou comum entrarmos em situação de alerta ou restrição. Isso mostra que nossa bacia vem perdendo resiliência. O ciclo hidrológico já não consegue mais se equilibrar naturalmente”, advertiu ele.
Como resolver essa questão, segundo o técnico? Só com reforço de ações estruturantes, “recuperação de nascentes, proteção de solos e uso racional da água”. Ele considera ser necessário “trabalhar com mais intensidade para recuperar o território, ampliar a infiltração da água no solo, produzir água em vez de apenas reagir à escassez. E isso exige compromisso”, frisou ele.
Segundo o presidente, o CBH Rio das Velhas está presente na bacia com projetos de conservação, saneamento rural e incentivo à gestão participativa, financiados com recursos da cobrança pelo uso da água. Além de participar da articulação com usuários grandes por intermédio do Grupo Gestor de Vazão (Convazão).