29-11-2024 às17h07
Wagner Fernando Liberato para o Diário de Minas
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), analisada pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o nível de endividamento das famílias de Belo Horizonte subiu 0,5 ponto percentual entre setembro e outubro quando 90,7% dos entrevistados admitiram ter algum compromisso financeiro.
Quanto à inadimplência, as famílias que admitem ter alguma dívida atrasada somam 55,1% em outubro, o que representa 2,9 pontos acima do verificado em setembro. Esse índice é 23,8% maior em famílias com renda igual ou inferior a dez salários-mínimos (58,6%) do que em famílias com salários maiores (34,8%). O número de consumidores endividados, que ainda não conseguiram honrar seus compromissos e estão com dívidas em atraso, chegou a 60,8% em outubro.
O número de famílias que indicam que não terão condições de pagar as dívidas em atraso no mês seguinte, e que sobe há 12 meses na capital, chegou a 26,1% do total em outubro. O percentual é maior entre as que ganham menos de 10 salários, sendo 28,9% delas. Para 47,4% dos consumidores, não será possível pagar as contas em atraso no próximo mês e 36,2% dizem que pagarão parte do montante.
De acordo com Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, a inadimplência é o pior cenário para a saúde financeira das famílias. “A inadimplência é extremamente prejudicial para as famílias pois reduz o acesso ao crédito e, consequentemente, limita o poder de consumo. As altas taxas de juros, o aumento da inflação de alimentos, o redirecionamento do consumo de produtos para serviços (como jogos eletrônicos e bets) e a falta de planejamento financeiro são um dos principais fatores para que a inadimplência esteja subindo cada vez mais e as famílias precisam estar atentas a eles para não entrarem em inadimplemento das obrigações financeiras”, explica Martins.
Os consumidores pouco endividados somam 36,0% e os muito endividados, 18,6%; 36,1% se dizem mais ou menos endividados. Entre as famílias da cidade, o endividamento atinge 92,1% das que ganham até 10 salários-mínimos e 82,1% acima da faixa dessa faixa de renda.
O cartão de crédito compromete 97,5% das famílias com renda acima de 10 salários com as dívidas e 91,8% das que ganham menos. Entre este último grupo, 26,4% acumulam dívidas em carnês de lojas, enquanto as dívidas com o financiamento do carro chegam a 24,7% das famílias com ganhos acima de 10 salários.
Entre as famílias com contas pendentes, 51,6% das que ganham até ou igual 10 salários, o tempo de atraso de pagamento ultrapassa 90 dias. Entre os consumidores em geral, 49,1% indicam que as contas em atraso passam dos três meses. Para 80,4% das famílias, o tempo de comprometimento da renda é igual ou superior a 90 dias.
Os casos de superendividamento, que é quando a parcela mensal com as dívidas ultrapassa 50% da renda, vai a 17,3% das famílias com rendimento de até 10 salários. Para 72,0% dos consumidores de Belo Horizonte e de suas famílias, o comprometimento mensal da renda vai de 11% a 50%.
Sobre a Fecomércio MG
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais integra o Sistema Fecomércio MG, Sesc e Senac em Minas e Sindicatos Empresariais que tem como presidente o empresário Nadim Donato. A Fecomércio MG é a maior representante do setor terciário no estado, atuando em prol de mais de 740 mil empresas mineiras. Em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, a Fecomércio MG atua junto às esferas pública e privada para defender os interesses do setor de Bens, Serviços e Turismo a fim de requisitar melhores condições tributárias, celebrar convenções coletivas de trabalho, disponibilizar benefícios visando o desenvolvimento do comércio no estado e muito mais.
Assessoria de Comunicação da Fecomércio MG – Wagner Fernando Liberato